A Morte e a Lembrança de si mesmo

“Quereis que vos informe qual é a melhor de vossas ações, a mais pura ante vosso Soberano, a mais elevada em graus, melhor do que enfrentar o inimigo? Disseram: Sim. Respondeu: A recordação de Allah”. – At-Tirmidhi 3347.

A tradição hermética define como graus diferentes da mesma manifestação a morte, o sono e o esquecimento, a manifestação oposta é a vida, o despertar e a lembrança.

Não só o Islamismo e sim muita outras religiões e filosofias espirituais pregam a necessidade de lembra-se de Allah, D´us, Eu superior ou outros planos diferentes do divino. Não é a toa que por vezes essa manifestação é chamada de Presença.

Outro ponto comum em muitas dessas religiões é a descrição da facilidade com que o homem se perde no mundo dos sentidos, nas emoções e sensações do mundo material. Somos chamados o tempo todo para nos lembrarmos, permanecermos acordados e experienciar a Vida, caso o mundo material leve a melhor nos perdemos contato com nossa natureza divina e a natureza divina de tudo o que nos cerca, caímos no esquecimento, no sono e experienciamos a Morte.

A chave que liga as duas polaridades destas energias – vida e morte – é a atenção, daí a imperiosa necessidade em cada texto sagrado de passagens sobre a necessidade de lembrar de sim mesmo – Orai e Vigiai. No entanto a esperança é pequena para o homem com todas as vicissitudes da vida comum, some-se a isso a degradação integral de nossa capacidade de atenção inundada por tecnologia e temos um mundo cada vez menos espiritual, cada vez mais esquecido.

Para quebrar esse ciclo negativo, as religiões criaram práticas que auxiliam o buscador a religar-se, orações, rituais, liturgias, todos com a mesma intenção: Fazer o ser voltar a si mesmo, de sua parte mais divina e a partir dela experienciar a Vida eterna (o momento presente).

As práticas executadas com regularidade auxiliam os corpos sutis a perceber a passagem do tempo, desta forma, não permanecemos à deriva nos acontecimentos do mundo, somos chamados a perceber o nascer e pôr do sol, os ciclos da lua, a revolução dos planetas e outros ciclos da natureza. E como no hermetismo o que está acima é como o que esta abaixo, naturalmente estes ciclos estão refletidos em nós, conhecendo a nós mesmos conheceremos a todos os deuses e universos.

Deixo a você minha Vontade de que possa decidir-se por uma prática, por mais singela como orar pela manhã ou mais rebuscada como executar rituais diariamente, para que você LEMBRE-SE DE SI MESMO! Pergunte-se hoje durante o dia quantas vezes lembrar, onde estou ? Como estou me sentindo ? Estou acordado ? A atenção é como o vento que acende a fogueira da consciência e apaga a vela inconsciência.

(…) sede vós semelhantes a homens que esperam pelo seu senhor, ao voltar ele das bodas; para que, quando vier e bater à porta, logo lha abram. Bem-aventurados aqueles servos a quem o senhor achar vigiando, quando vier; em verdade vos digo que ele se cingirá, os fará sentar à mesa e, chegando-se, os servirá (…)

O Mestre nunca foi embora, ele está dentro de nós.

Chay!

Compartilhar:

Facebook
Twitter
Pinterest
LinkedIn

Uma resposta

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Social Media

Mais popular

Receba as últimas atualizações

Assine nosso boletim informativo semanal

Sem spam, notificações apenas sobre novos produtos, atualizações.

Categorias

Projeto Mayhem

Postagens relacionadas

Mapa Astral de Pablo Picasso

Pablo Picasso (Málaga, 25 de outubro de 1881 — Mougins, 8 de abril de 1973), foi um pintor, escultor e desenhista espanhol, tendo também desenvolvido

Mapa Astral de Timothy Leary

Timothy Francis Leary, Ph.D. (22 de outubro de 1920 – 31 de maio de 1996), Professor de Harvard, psicólogo, neurocientista, escritor, futurista, libertário, ícone maior

Mapa Astral de Oscar Wilde

Eu não gosto muito de postar vários mapas seguidos, porque o blog não é sobre Astrologia, mas agora em Outubro/Novembro teremos aniversário de vários ocultistas