As Edições Textos para Reflexão trazem até vocês mais um clássico eterno da literatura mundial, pelo preço de um café!
Desta vez o autor escolhido foi Franz Kafka, e a obra, o seu conto mais lido e comentado, A Metamorfose, uma das histórias mais bizarras do século passado. Você já pode começar a ler em poucos minutos:
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À seguir, trazemos o Epílogo da edição (cuidado, pode conter alguns spoilers):
Um clássico da literatura mundial ou uma espécie de “pegadinha literária”, com o perdão do termo? De fato, Kafka foi genial por conseguir evitar, a todo momento, que o seu leitor conseguisse responder definitivamente a tal pergunta.
É perfeitamente compreensível que muita gente não o tenha compreendido, e que alguns tenham até mesmo se sentido enojados pela temática da sua Metamorfose, mas quem poderá dizer que este também não era o seu objetivo? Quem poderá dar por certo que esta grande brincadeira literária, por vezes doce, por vezes irritante, mas sempre primorosamente elaborada em palavras, não era justamente o que tinha em mente quando se sentava para escrever?
No entanto, há acadêmicos que se negam a admitir qualquer espécie de humor, seja oculto ou não, no texto kafkiano. Para muita gente a metáfora do trabalhador disciplinado, que faz de tudo para cuidar das finanças da família, mas que não tem de fato um sentido na vida, e termina por cair em profunda depressão, é perfeitamente compatível com o inseto estranho em que resulta a metamorfose, trancado em seu quarto escuro, sujo, e incapaz de alcançar sequer a sala da própria casa.
Mas me parece inegável haver alguma espécie de humor, seja ele doentio ou como queiram chamar, no simples fato de que, apesar do absurdo da sua situação, Gregor Samsa esteja quase sempre a pensar no cotidiano e em assuntos triviais, como quando se lamenta em ter de faltar ao trabalho, ou quando está tentando a todo custo se manter inteirado das fofocas do jantar. Gregor se encontra “perfeitamente feliz”, afinal, quando consegue se manter numa posição quase que de meditação, grudado no teto do seu próprio quarto… Ora, se isso não era para ser engraçado, mesmo que de alguma forma bizarra, definitivamente o senhor Kafka é um escritor indecifrável.
Seja como for, fato é que este pequeno conto, a sua obra mais lida, ainda será lida por muito tempo, em muitos cantos diversos e épocas futuras. Esperemos que até lá, mais gente se identifique com o Gregor que corre alegremente pelas paredes do que com o inseto esmagado pelo peso do mundo, incapaz de se arrastar sequer para baixo do sofá.
O editor.
Uma resposta
Li quase tudo de Franz Kafka, judeu praticante. O que mais me tocou foi o O Processo, que foi adaptado pro cinema em 1962. Aquele filme todo em NTSC (preto e branco), imagens distorcidas. Extremamente claustrofobico!!!