Retirado do Tao Te Ching (*)
Nós olhamos em sua direção, mas nada podemos ver;
então o chamamos de A Raiz do Equilíbrio.
Nós tentamos escutá-lo, mas nada podemos ouvir;
então o chamamos de O Silêncio.
Nós o percebemos a nossa volta, mas não podemos tocá-lo;
então o chamamos de O Oculto.
Essas três qualidades não podem ser descritas ou sondadas,
mas ainda assim nós as misturamos
e então obtemos O Uno.
Sua parte superior não brilha
e sua parte inferior não obscurece.
Sua ação é incessante,
mas ainda assim não podemos dar-lhe um nome.
Ele vai e volta,
e novamente se torna coisa alguma.
Ele é A Forma Além da Forma,
O Semblante do Invisível;
Fugidio,
Sem Limites
e Indeterminado.
Indo ao seu encontro vemos sua face;
mas, quando o seguimos,
suas costas desaparecem.
Quando deixamos as rodas de nossa carruagem
percorrerem os velhos sulcos do Caminho Antigo,
podemos dirigir nosso momento atual.
Conhecer a Antiguidade do Tao
é ter o seu fio eterno
seguro, bem seguro, em nossas mãos.
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Todo mês traremos mais uma passagem do Tao Te Ching…
(*) Nesta tradução exclusiva do Tao Te Ching a partir da tradução clássica de James Legge para o inglês, Rafael Arrais (autor do blog Textos para Reflexão) usa do auxílio precioso das interpretações do ocultista britânico Aleister Crowley e do filósofo brasileiro Murillo Nunes de Azevedo para compor uma visão moderna da antiga sabedoria de Lao Tse.