O termo Filosofia, de origem grega, significa amor (Philo) à sabedoria (Sophia), ou seja, uma filiação, ou identidade, com o Conhecimento. Sophia é para os gnósticos uma entidade, um princípio, uma deidade. O homem pode aspirar a ela, vivenciando-a como um estado de sua consciência. Não esqueçamos que para a Cabala esta esfera é Hokhmah, Sabedoria, um dos princípios ontológicos do Ser, o que conjuntamente com sua parelha feminina, Binah, a Inteligência, conforma a base da primeira tríade da Árvore da Vida, e é atributo, ou nome, da divindade. A autêntica sabedoria, a Filosofia da Antigüidade, não só é uma Ontologia, e também uma Cosmogonia, senão que toda sua estrutura tende à Metafísica. Em verdade, poder-se-ia dizer que esta Filosofia é uma Teosofia.
Utilizaremos o termo “Teoria” em sua acepção etimológica, ou seja, o Conhecimento da deidade, ou o atributo de sua sabedoria, como estado vivido na própria consciência; e o de “Metafísica” (mencionado mais atrás) como aquilo que está mais além da física, incluindo não só o mundo material, senão o psicológico, e mesmo o dos princípios do Ser (ontologia), e que se acha desde logo muito longe do percebido pelos sentidos, e do expressado pelos fenômenos, segundo a apreciação corrente que costumamos ter dos mesmos. Este amor à Sabedoria, atributo do Ser Universal, leva à identificação com esse princípio, que se Conhece e que se percebe no interior da consciência. O mesmo é válido para a compenetração com a Inteligência Universal. Desgraçadamente, com o obscurecimento gradual dos tempos em que vivemos, a Filosofia tem perdido sua luz primigênia e terminou por se converter num mero jogo dialético, ou num exercício retórico e racional que não pode se evadir de sua própria sistematização.
Respostas de 7
“…não pode se evadir de sua própria sistematização.” Exatamente Tio! Se fosse à academia, diriam que tu não tens base científica alguma para o que estás a dizer. A razão e a lógica se tornaram as celas da filosofia ocidental (assim chamada) defendida com egos e dentes por Phd’s e acadêmicos em geral, realmente e uma pena, e um grande problema pra evolução da humanidade. Na semana passada no curso de filosofia da universidade federal de Pelotas, um professor de história da filosofia antiga com pós doutorado em Aristóteles, começou a frase com a seguinte expressão, “- Aqui o negocio é dogmático, a origem da filosofia não é oriental.” Ponha-se ai um bocado de erudição do mesmo, porém é a opinião de um homem, mas não deixa de ser um consenso na academia. Daí que pra dizer que tu conheces alguma coisa, tens que te expressar em um artigo, com citações de outras obras e argumentos lógicos e racionais, ah se soubessem a verdadeira origem do pensamento dos Pitagóricos, tão respeitados por eles.
Casarin, provavelmente ele disse isso pois a filosofia usou do mundo grego(ocidental) para se deselvolver. O que, de fato, não importa.
Del Debbio, eu diria mais desse texto, diria que esse amor(philein) é um corresponder, não um aspirar. Corresponder no sentido de disposição das duas partes, partes que já foram unidas, um dia.
Razão
Acostumamos a interpretar esse termo como uma analogia a racionalidade e inteligência do ser humano, porém em sua origem, no logos grego, ele significava algo a mais (retirado da Wikipedia): “significava inicialmente a palavra escrita ou falada – o Verbo. Mas a partir de filósofos gregos como Heráclito passou a ter um significado mais amplo. Logos passa a ser um conceito filosófico traduzido como razão, tanto como a capacidade de racionalização individual ou como um princípio cósmico da Ordem e da Beleza”. Essa interpretação do logos como “uma razão conectada ao Cosmos” atinge seu ápice na filosofia estóica.
Por isso na grécia antiga se falava tanto no logos, principalmente através de Sócrates e Epicteto, dois gigantes da sabedoria humana…
A origem do termo metafísica vem da simples organização dos livros de Aristóteles por Andronico de Rôdes.
A noção aristotélica de amor, deus (=motor imóvel) não tem nada haver com a concepção moderna. Estudar apenas uma parte da obra de Aristóteles é tarefa para uma vida, devido ao enorme volume, as absurdas dificuldades de tradução do grego antigo e aos próprios limites e equívocos do autor, reconhecida e obviamente um racionalista, formalista até mesmo, qualquer estudioso confirma isto.Aristóteles não é uma boa base para tuas intenções argumentativas, se você o levar a sério e de forma honesta.
Caro, Marcelo dos antigos filósofos, que para mim, eram teosóficos, entre Platão e Aristóteles, ainda prefiro Sócrates: “Conhece a ti mesmo!”. Abraços
Ao Raph…
Estou lendo “Homo Ludens”, Logos não é só razão, é também o lúdico, o jogo no palco de nossas existências, nossas cenas no teatro(drama) da vida.
Abraços.
A Eliane…
Sim, mas é isso que eu quis dizer com “razão conectada ao Cosmos”… Poderia-se dizer uma “razão-intuitiva-emocional”, mas fato é que faltam palavras para descrever o que os gregos pensavam do Logos.
Recomendo ler Epicteto!
Abs
raph