A Corrupção da Magia – parte I


Após as celebrações de Solstícios e Equinócios, voltamos à nossa programação normal. Hoje eu selecionei um texto que ajuda a entender como está a situação nas Escolas iniciáticas.
Ao longo destes 25 anos estudando ocultismo, mitologias e ritualística, presenciei praticamente os mesmos problemas que o “Prophecy” (autor do texto original) menciona neste post. Atualmente, graças à internet, tenho visto tomos e mais tomos de magias disponíveis em pdf, os “segredos” das Ordens Iniciáticas “revelados” por ai, e cada vez mais gente estudando cada vez menos, mas sem capacidade para realizar os rituais mais simples, como o Ritual Menor do Pentagrama ou um banimento.
Magia é como uma Arte Marcial, Ciclismo ou Natação: você pode ler todos os livros do mundo a respeito, mas nunca será um praticante, a não ser que tenha a parte “prática”.
Em um mundo bipolarizado pelos religiosos fanáticos e pelos ateus-materialistas fanáticos, onde está o espaço para a Magia verdadeira?
Esta será uma lição longa, portanto, ao trabalho. Não pule partes por causa de seu tamanho. Leia cada palavra, e tome notas diligentemente.

A predominante abordagem à magia, nos dias atuais, deve ser abolida. O processo iniciatório dos maçons do passado e a ideia do avanço espiritual através apenas do conhecimento devem ser deixados como relíquias do passado. Como a Jnana Yoga atesta, e como Francis Bacon declara, existe, certamente, poder no conhecimento. Porém, o melhor poder é aquele adquirido da prática e, consequentemente, da experiência. Um pouco de prática vale muitos livros. Esta deve ser a ideia predominante dos anos vindouros, se a humanidade quiser reviver a irmandade de magos no mundo e redistribuir a carga de trabalho espiritual que, no momento, cai quase inteiramente nos ombros de iogues.
A incompreensão da magia legítima criou uma ameaçadora carência de adeptos ocidentais iluminados. Esses adeptos mestres, reais Deuses-Homens do passado, estão raramente reencarnando. Parece, portanto, que, no geral, existem poucos grandes magos disponíveis. O número deles se tornou escasso; seu nível, baixo. Nos meus tempos de garoto, antes de minhas memórias retornarem, eu procurei aqui e ali alguma faísca de sabedoria, estudei muitos sistemas de magia e de xamanismo, e, no fim, me senti como Abraão, o Judeu, depois de seus anos de procura pela Ciência Divina, antes de ser abençoado por seu guru, Abramelin. Em lugar algum, eu pude encontrar alguém que merecesse o título de professor da ciência divina. Fraudes e charlatãos eram numerosos, e pessoas pensavam que eles eram magos só porque nunca conheceram um mago verdadeiro. Hoje, essas mesmas pragas ainda infectam bastante as buscas de jovens aspirantes ao redor do mundo.
Existe um número de razões para a escassez atual de sábios na tradição oculta ocidental. Eu me esforçarei aqui para compartilhar com vocês algumas das razões que as minhas experiências com aspirantes esperançosos, os ensinamentos de várias ordens e paradigmas, e meu tempo com as “vítimas” de vários movimentos new age, me levaram a classificar como causas para o problema. Eu baseei essas conclusões nas súplicas de aspirantes esperançosos buscando iniciação, e nos meus encontros pessoais com alguns dos ditos adeptos de vários grupos e ordens. Ao fazê-lo, eu compreendo totalmente que falar com alguns estudantes e alguns membros superiores nunca pode dar uma representação compreensiva. Porém, eu também compreendo que, não importa quão ideais as condições internas de uma ordem possam ou não ser, ela não deveria levar seus estudantes externos à procrastinação ou a um treinamento inadequado.
Eu identifiquei dez problemas principais na magia de hoje. O primeiro é que o treinamento proposto por certas ordens nos últimos 200 anos ou mais era incompleto, e por eles terem ditado a regra para as ordens de hoje, os problemas continuaram. O segundo é que os materiais originais e manuscritos para certos sistemas são atribuídos com mais valor do que o que eles realmente possuem. O terceiro é que a mente ocidental transformou a magia em algo feito para se realizar os desejos materiais. A quarta razão para o problema presente é que, na medida em que nossa cultura propaga a concessão à preguiça, a abordagem ocidental à magia se torna mais e mais preguiçosa. A quinta razão é a tendência peculiar da mente ocidental de se tornar altamente investida em sua própria personalidade. A sexta razão é a destruição da sucessão de mestre e discípulo, a causa que é a raiz para muitos outros problemas. A sétima razão, que é um verdadeiro veneno para a evolução, é o movimento presente, na magia ocidental, de se tentar remover a ideia essencial de Deus e o valor da moralidade da magia. A oitava razão é a popularidade crescente de charlatãos, e seu poder sobre as massas ignorantes. A nona razão é a tendência de magos legitimamente treinados permanecerem silenciosos, aceitarem poucos estudantes e escreverem pouco ou nada. A décima e última razão que discutiremos é a atenção dada, no Ocidente, ao desenvolvimento dos poderes mágicos em vez do desenvolvimento de estados elevados de consciência. Essas dez razões primárias bastarão para nossa consideração, embora mais razões pudessem ser listadas.
A Primeira Razão
Treinamento Inadequado em Ordens Modernas
Entre aproximadamente 1850 e 1920, o mundo ocultista presenciou a formação de várias ordens que se ergueram no mundo como realizações gloriosas. De seus ensinamentos, vieram muitos dos livros influentes que agora são considerados clássicos do ocultismo, e os quais agora muitos estudantes otimistas estudam. Infelizmente, essas ordens não eram tão ideais quanto tentavam parecer. A maioria delas usava como fonte manuscritos desatualizados, sobre os quais falaremos mais daqui a um momento, e o resto usava métodos que se baseavam inteiramente sobre estimulação intelectual ou emocional, e muito pouco sobre a consciência da alma.
Essas ordens iludidas criaram muitos iniciados igualmente ou até mais iludidos. Um número considerável deles publicou livros, muitos dos quais agora são considerados clássicos do oculto no mundo da literatura ocidental ocultista. Em alguns casos, esses livros tinham riqueza de informação teórica, mas a maioria deles não tinha quase um momento de percepção prática. O aspirante esperançoso é levado a folhear um livro de centenas de páginas, para perceber que ele não absorveu nada dele além de filosofia. Até mesmo os livros chamados de “teoria e prática” deveriam ser renomeados para “teoria e possível aplicação ritual”.
Isso pode parecer uma afirmação iconoclástica. Ela é, e com razão, porque a iconologia da magia está falhando gravemente. Portanto, o que não produz resultados deve ser jogado de lado. “E agora também o machado é enterrado nas raízes das árvores: desse modo, qualquer árvore que não traga bons frutos é cortada, e jogada no fogo. (Mateus 3:10)”. A série de ações à qual a magia ocidental foi levada não trouxe muitos frutos. Essas ações produziram pseudoiniciados que conseguem executar truques de salão, que eles, erradamente, chamam de magia. Enquanto magos de cadeira estiveram gastando seu tempo, exercitando suas mentes com teorias e filosofias, o trabalho prático que realmente cria um mago esteve apodrecendo. Quem pode culpá-los, quando cada livro que lêem diz que precisam saber essa ou essa outra palavra hebraica ou magia simbólica para serem efetivos? Tudo isso compõe as armadilhas postas para o teste de iniciados, testes nos quais essas “autoridades” não passaram.
Um indivíduo pode memorizar sigilos do sol, kameas planetários, selos e talismãs salomônicos, e compreender intelectualmente os muitos processos que compõem a Maquinaria Universal. Ainda assim, ele não será um mago nos olhos de iniciados verdadeiros. Eu conheci pessoas que poderiam ser chamadas de enciclopédias de filosofia oculta, e, ainda assim, não possuem rotina diária de prática estabelecida, e nenhuma faculdade mágica de qualquer tipo. Eles estão presos à ilusão de Maya do mesmo modo que os homens comuns também o estão. A única diferença é que eles sabem que existe uma ilusão, enquanto a maioria nem se apercebe disso. Pessoas assim gostam de falar muito, porque, ao se ouvirem, tentam apoiar sua abordagem à magia, psicologicamente, para si mesmos. Tais pessoas sempre terão uma opinião, sempre parecerão ter respostas prontas, e esse tipo de “aspirante em potencial” torna-se particularmente perigoso aos buscadores genuínos da verdade. Você não pode construir uma base confiável somente nas palavras! Ao mago treinado, aos irmãos e irmãs de minha Ordem (N.T.: Fraternidade Rosa-Cruz), e os verdadeiros mestres reinantes deste mundo, essas pessoas estão mais enganadas do que o mais cru dos iniciantes neste caminho. O grupo deles é o pior, e, infelizmente, não é sempre a culpa deles. Para essas pessoas, eu farei muito esforço para desligar suas mentes e abrir seus corações para receber instrução prática. É por isso que eu aconselho a todos não se tornarem ligados demais a livros. Eu já li todos esses livros, e extraí seus pontos importantes em artigos no fórum do Veritas para o benefício de todos.
Isso não significa que a informação teórica é ruim. Um conhecimento sólido da filosofia oculta é necessário para que o mago compreenda tudo que faz. Ele deveria se orgulhar de conhecer todas as operações em funcionamento quando ele manipula um tipo de energia, e, quando uma operação mágica se manifesta, ele deveria ser capaz de explicar perfeitamente os mecanismos envolvidos. De fato, ele deve ser um cientista. Contudo, mais e mais pessoas se contentam apenas com o conhecimento da filosofia e o “como fazer”, sem nunca colocarem nada na prática, e, normalmente, sem terem ideia de como fazê-lo. Em muitas ocasiões, estudantes vieram a mim e disseram, “Eu li todos os livros que as pessoas me recomendaram, mas não tenho idéia alguma de como começar o caminho.” Isso acontece porque a estimulação intelectual somente não faz de alguém um mago, e, lá no fundo, o estudante inteligente sabe isso. A mente procura por fórmulas e símbolos; a alma busca por prática e experiência.
Que utilidade há em se conhecer como as estrelas afetam as nossas atividades, e não ser capaz de meditar por nem dez minutos? Que utilidade há em se conhecer todas as filosofias sobre quem Deus é, sem nunca experimentar Deus diretamente? Essas pessoas nunca se tornam nada na verdade, mas sim só aparentam ser magos. Você não pode alcançar o Reino através de inquisição intelectual somente. Você precisa viajar até lá.
O ponto ao qual eu quero chegar aqui é que o estudo intenso da Tábua de Bembine de Ísis, ou do selo da Rosa-Cruz, ou do dodecaedro mágico, etc, é incorreto. Eu não estou sugerindo que, por exemplo, a investigação das fórmulas do Etz Chaim e dos Nomes Divinos é inútil. Eu não estou dizendo que uma pessoa não deveria compreender os usos mágicos do pentagrama e do hexagrama. Do contrário, eu sou um forte defensor de tudo isso. Porém, tudo deve ser aprendido no tempo certo! Um aspirante não tem razão alguma para estudar os pentagramas, hexagramas, etc. Ele não deveria passar seus dias praticando magia ritual. Sim, com o passar do tempo isso gerará resultados no termo de crescimento de poder, mas afetará muito pouco a consciência e a realização geral do mago, depois, em sua carreira mágica. Por, pelo menos, os dois ou três anos iniciais, dependendo da aptidão do estudante, o foco deveria ser colocado no treinamento da mente, do corpo material, e do corpo astral para a verdadeira execução da magia. Uma vez que o estudante se preparou dessa maneira, e criou uma excelente base em sua consciência, então ele pode continuar, a fim de compreender e apreciar totalmente o poder de tal conhecimento e do simbolismo oculto.
A razão pela qual esses autores, embora não intencionalmente, cobriram o mundo ocultista ocidental em filosofia, é a de que eles nunca receberam o treinamento correto que deveria dá-los a base da experiência espiritual autêntica. Eles serviam como enciclopédias que regurgitavam o que eles foram ensinados. Juntos, eles criaram uma imagem contraprodutiva de que a prática diária não era necessária para se tornar um adepto. Eles se referiam a pessoas que nem tinham conquistado suas emoções primitivas e desejos como adeptos! Desse modo, eles baixaram muito o nível para as gerações seguintes, que seriam forçadas a olhar os ensinamentos dessas pessoass se quisessem saber alguma coisa sobre magia. Agora que o nível está tão baixo, as pessoas em geral são incapazes de alcançar grandeza espiritual. Portanto, esse nível deve ser elevado novamente, certo?
O que exatamente essas ordens estão fazendo de errado? Seus dois problemas principais foram que eles tentaram ensinar aos iniciados a correr antes de mostrá-los como engatinhar e andar, e eles não incluíram o desenvolvimento do caráter como parte de seu treinamento. O aspirante egoísta, glutão, e de pavio curto, entraria na ordem como neófito, e sairia como um “adepto” ainda contendo essas falhas de caráter. Eles são todos capazes de pequenos feitos de magia, e pelo fato de o nível ser baixo, pensam que são adeptos.
Muitas vezes o aspirante começaria a trabalhar com ritual e forças espirituais muito antes de ter aprendido a como sensibilizar seu corpo astral ou desenvolver suas faculdades mágicas. Através de repetição contínua, alguma proficiência poderia ser alcançada, talvez algumas pancadas fantasmais durante uma evocação ou coisa do tipo, mas o resto de seu ser nunca era desenvolvido. O caminho para a evocação deveria ser um caminho longo e frutífero, que preparasse o estudante de modo que, pela primeira vez que ele execute um ritual, ele receba a total experiência, por causa de seu treinamento e as faculdades que ele já desenvolveu. Pessoas que entram na sala ritual para evocar sem tal treinamento estão apenas enganando a si mesmas. Elas irão, é claro, ser as primeiras a te contar que são magas bem-sucedidas, e que elas conversam regularmente com esse ou aquele espírito. Eles dirão que “sentiram” isso ou aquilo, ou receberam essa ou aquela “impressão”, e desse modo “sabiam” que um espírito estava presente. Deixe essas pessoas continuarem desse modo em suas práticas. Na verdade, o que você pode experimentar em uma evocação real não são “sensações” ou “impressões”, mas fenômenos muito reais!
Quantos aspirantes perdidos pensam que executar o Ritual Menor do Pentagrama cem vezes por dia os levará às alturas espirituais? Até mesmo o mago aspirante que medita somente 10 minutos por dia para controle e foco mental fará um progresso em um ano que o outro estudante fará em cinqüenta!
A Segunda Razão
Manuscritos originais Sobrestimados
Um número das ordens populares que surgiram no século 19 estilizou uma parte de suas práticas e rituais, baseando-se em coisas que não continham, na verdade, o valor atribuído a elas. Desses manuscritos, talvez aquele que foi mais usado (e abusado) foi o Livro Egípcio dos Mortos. Embora seja uma bela série de rituais e de invocações, os fundadores de uma pretensa ordem oculta não deveriam precisar de se basear em antigos pergaminhos empoeirados e da interpretação de seus hieróglifos para serem capazes de ensinar magia! Se a fonte deles para muitas de suas práticas e filosofias vem de tais coisas, então isso só serve para demonstrar que eles não tinham experiência prática real através da qual organizavam seus ensinamentos, e não eram treinados por adeptos verdadeiros que podiam iniciá-los numa linha de sucessão de mestre e discípulo. Simplesmente o fato de se ler algo que está disponível num Museu de História Egípcia nunca poderia ser o suficiente para permitir que alguém iniciasse uma ordem ocultista.
O Livro Egípcio dos Mortos não foi a única coisa atacada pela ignorância dos autoproclamados adeptos, no entanto. Sua hostilidade os levou também ao coração de Jerusalém, onde eles se uniram, com suas facas, para despejar terror sobre a Cabala. Usando dois ou três textos hebraicos pobremente traduzidos, eles presumiram ter diante deles informação cabalística suficiente para uma compreensão do sistema inteiro. Assim sendo, eles roubaram uma pequena parte desse sistema glorioso de misticismo e a levaram de volta a suas ordens, onde eles tentaram ao máximo fazer com que um fragmento se parecesse com algo completo.
A Cabala ocidental moderna, frequentemente chamada de Cabala Rosacruz (erradamente), se tornou apenas uma fina camada de manteiga espalhada em muito pão. Interpretações e mais interpretações bombardearam o sistema, e o tornaram inteiramente sujeito aos caprichos filosóficos de intelectuais e estudantes de simbolismo. Agora, reconhecidamente, a beleza da Cabala é a de que ela é um sistema universal, cuja ideia pode ser aplicada fora do esquema judaico. Porém, tudo deve ter seus limites razoáveis, e esses limites foram ultrapassados há muito tempo atrás pela maioria dos autores desse assunto. Se você quiser relacionar a esse esquema os deuses de outras religiões, os nomes divinos judaicos, plantas, animais, ações, planetas etc, tudo bem com isso, mas essas relações deveriam fazer ao menos sentido!
A mais infeliz destruição da Cabala não ocorreu em relação ao simbolismo empregado ou a seu papel como um método de categorização conveniente. Embora essas duas coisas tenham saído do controle, elas não são a jóia da Cabala. A jóia, o verdadeiro tesouro, é sua real aplicação prática na ciência da magia. Essa jóia tem sido quase inteiramente esquecida por ordens modernas e autores, que proclamam que a aplicação prática da Cabala reside somente em se conhecer quais nomes divinos ou cartas de tarô correspondem a quais sephiroth e a quais caminhos. Esse é um dos usos da Cabala, mas não é a verdadeira essência da Cabala prática posta em execução. Em sua raiz, anterior a todas as culturas, num nível muito mais profundo do que qualquer associação religiosa, a Cabala é uma bela síntese de forma, de som e de virtude. Isso pode ser dito de outra maneira, ao se afirmar que a Cabala combina, numa maneira prática, os três pilares primários de quantidade, vibração e qualidade. Isso se torna aplicado tangivelmente como luz, som e vibração. Quando isso é compreendido pelo iniciado, então, muitas portas são abertas a ele, e o uso prático da Cabala é entendido. Então, em vez de passar horas num devaneio espiritual, tentando fazer “pathworking” de uma esfera para outra, o adepto consegue absorver praticamente as autoridades e poderes daquela esfera e conquistá-los diretamente, de uma maneira mágica. Não apenas tal abordagem é muito mais eficiente, mas, por causa do maior número de habilidades conseguidas, artigos de sabedoria que se tornam compreensíveis, e por causa de mais trabalho meticuloso em todos os três reinos, é, dessa maneira, uma experiência mais significativa. Passar tempo se contemplando os símbolos de uma esfera pode ser uma prática útil, mas torná-la o curso principal é um erro. A consciência se expande mais quando todo o ser se torna imergido nas energias através de suas utilizações, não apenas através de sua contemplação.
A Cabala e sua aplicação apropriada devem ser, necessariamente, reservadas para um trabalho posterior em minha vida, mas é importante para o estudante sincero da magia de hoje compreender que uma das pedras angulares da magia ocidental moderna foi enormemente corrompida, e que ela não é tudo que as pessoas tentam fazê-la parecer. É meu conselho ao aspirante, se ele deseja aprender a Cabala, que espere até que um professor apropriado seja conseguido. Deixo que o estudante avançado contemple, nesse meio tempo, o significado da sabedoria de Poimandres a Hermes Trismegisto, quando ele disse, “A vida é união da palavra e mente.” O estudante que consegue entender isso, mais especialmente em conexão à formula Abracadabra, começará a pegar a essência da Cabala prática.
Portanto, acontece que os fundadores das ordens mágicas eram, simplesmente, intelectuais. No início, eles só eram mais avançados que o homem comum, em vista de sua compreensão superior de linguística e sua vontade de visitar frequentemente os museus. Por causa de sua habilidade de apenas traduzir, não por sua proeza mágica, tais homens eram tratados como adeptos. Embora houvesse alguns raros, como MacGregor Mathers, que eventualmente se tornou um adepto por um curto tempo, em essência, a maioria deles era simplesmente de intelectuais. Intelectuais podem treinar intelectuais, mas eles não têm nem uma ideia de como criar magos.
A Terceira Razão
A Corrupção da Magia para a Realização de Desejos Pessoais
Quando se folheia livros sobre espiritualidade, e até livros que, supostamente, ensinam a evolução espiritual, descobre-se que a maioria dos ensinamentos espirituais se adequou à satisfação de paixões e desejos mundanos. Ironia peculiar, porque o indivíduo iluminado compreende que essas duas coisas (evolução espiritual e desejos materiais) não podem vir juntos, porque um é contraprodutivo à consumação do outro. Eu não consigo deixar de rir alto ao ler títulos tais como “Tornando-se um Mestre Ascencionado: Como Materializar Todos os Seus Desejos”. Seria igual a intitular um livro de “Tornando-se Elevado: Como ser Inferior.”
A poluição da tecnologia espiritual foi uma inevitabilidade quando alguns relances das leis espirituais foram obtidos pelas massas indisciplinadas. O homem normal, abatido pela tristeza, procura um caminho fácil de sair dela, e erradamente acredita que ele encontrou a alegria dentro dos salões da espiritualidade. Realmente, nada poderia ser mais distante da verdade. Essas pessoas, desejando modos de alcançarem facilmente todos os seus desejos mundanos e terem sucesso, glória, honra, riquezas etc, se trancam ao pequeno número de leis espirituais que foi publicado, nas esperanças de usá-las para seus próprios fins egoísticos. Eles lêem um livro que discute alguns dos pequenos mistérios, e então corrompem essas chaves para fins egoísticos. Se eles tiverem algum sucesso, eles ficam cheios de excitação e, ansiosamente, escrevem livros ou criam websites que pregam os bons ensinamentos do egoísmo. Desse modo, em apenas poucas décadas, a vasta maioria de livros “ocultistas” se tornou livros que prometem ao homem fraco e egoísta um caminho fácil, ao se usar leis ocultas básicas para abastecerem seu animalismo. As pérolas foram jogadas aos porcos, e, tão certo quanto o sol deva nascer e se pôr novamente, também os porcos pisaram sobre essas pérolas, aprofundando-as na lama.
Muito mais perigosos do que o homem de negócios ambicioso desejando modos de aumentar seu portfólio, ou do que aquelas pessoas em sofrimento que procuram por um modo fácil de sair dele, são aqueles que perseguem seriamente a magia prática e ainda assim a corrompem numa arte egoística. Eles proclamam, ignorantemente, “A Magia é uma ferramenta do homem, e deixemos o homem usá-la para conseguir tudo que ele deseja!”. Eles gritam orgulhosamente, “Faça como quiser, tudo é caos mesmo, e não existem repercussões negativas”. Tais pessoas cegaram a si mesmas a até a mais básica das operações, observada até na própria natureza. Elas são tão cegas, contudo, que nem percebem que suas “realizações” não são realmente mágicas. Elas são egoístas e egoísticas, e, realmente, executam apenas truques de salão. Elas ficam tão presas em suas ilusões de sucesso por terem sido capazes de ganhar um aumento de salário ou seduzir alguém que não percebem quão fracos e inferiores esses pequenos truques são. Quando essas pessoas, iludidas como são, passam para os mundos espirituais depois da morte física, eles percebem imediatamente o tempo que gastaram, e depois de servirem o seu tempo, voltam ao mundo para levarem uma vida mais frutífera. Por eles nunca terem buscado uma realização imortal, e não “construíram seu tesouro no céu”, eles não estão mais distantes no caminho supremo do que o homem mediano. Esse é um ponto importante, que todos aqui deveriam dedicar à memória: você NÃO CARREGA poderes mágicos com você para a sua próxima encarnação. Até que você alcance henosis, que é a deificação e a imortalidade do corpo astral, a única coisa que continuará a crescer e expandir, de uma vida a outra, é a sua consciência. Isso irá, naturalmente, carregar algumas siddhis, que são poderes inerentes, mas não os frutos de uma grande parte de seu treinamento mágico. O corpo astral cresce e evolui de uma vida a outra, como resultado de treinamento mágico, e discutiremos isso mais no futuro.
Por causa da obsessão com os pequenos mistérios, que podem ser aprendidos até antes de alguém ter alcançado um caráter iluminado, as pessoas se tornaram satisfeitas com o aperitivo e esqueceram até que a entrada principal exista. O resultado disso é que o termo “magia” tomou um significado ambíguo, que nunca pretendeu de ter: na mão esquerda, refere-se simplesmente à mudança de acordo com a vontade, e, na mão direita, significa a perseguição da evolução espiritual. Se o mundo fosse um lugar bom e o último significado de magia o mais bem conhecido, todos compreenderiam que a magia é uma maneira de se buscar Deus. Esse não é o caso, contudo, e o mundo é um lugar predominantemente egoístico. Assim, a mais comum compreensão do quê magia significa é fenomenalmente egoísta e corrompida. Através da graça de Deus, o século por vir verá uma evolução acontecer dentro do mundo da magia, no qual esse grande e glorioso caminho será exaltado à sua altura correta em seu mérito espiritual.
A Quarta Razão
Preguiça
Na medida em que a tecnologia avança e o mundo material se torna mais e mais uma parte do ser de alguém, as pessoas têm se tornado mais e mais preguiçosas. A preguiça, é claro, é um instinto diretamente conectado ao egoísmo, o qual vimos acima como um desejo dominante no modo com o qual as pessoas abordam a magia. Assim, a preguiça também é inerente na maioria das abordagens das pessoas à magia.
Hoje, as pessoas se acostumaram a ter tudo em suas mãos. O sucesso se tornou definido como se fazer o mínimo possível para alcançar alguma coisa. Pessoas ao redor do mundo, todos os dias, prefeririam passar dez minutos em busca de um controle remoto do que levantarem e ligarem ou desligarem a televisão em poucos segundos de esforço físico. Essas pessoas abordam a magia do mesmo modo. Querem saber onde o controle remoto para a evolução espiritual está, de modo que eles possam se ligar em Samadhi quando não estão muito ocupados para Deus, e então o desligam novamente quando eles têm coisas “melhores” para fazer. Do mesmo modo que se procura por um controle remoto, eles gastarão uma hora numa livraria procurando por um livro “torne-se um mago rapidamente”, quando o fato de se gastar até mesmo dez minutos daquela hora em meditação teria sido muito mais benéfico.
A profundidade do egoísmo da pessoa comum nunca cessa de me impressionar. Eu falo a eles sobre magia, e sobre se procurar Deus e evolução espiritual, e eles desistem porque soa como “muito trabalhoso”. As mesmas pessoas que não jogarão nem dez dólares para um dízimo também não darão a Deus nem dez minutos de seu dia. “Eu dou a Ele uma hora por semana todo domingo”, dizem para si mesmos. “Se isso não é bom o bastante para Ele, Ele precisa superar isso. Eu estou ocupado.”
A falta de habilidade de se perturbar a rotina usual de preguiça por até poucos minutos, por Deus, é precisamente o que muitos autores e os chamados professores pregam hoje. Eles ganham centenas de milhares de dólares ao escreverem livros especificamente criados para esse tipo de pessoa, dizendo a ela “É normal ser preguiçoso”. Nos olhos desse autor, é claro que é normal. Essas pessoas irão torná-lo rico!
Formas de magia que estão surgindo hoje estão refletindo essa preguiça. As pessoas estão tentando convencer outras de que a magia pode ser um esporte de um tipo fácil, e que tudo estará bem. O que eles estão ganhando? Eles estão convencendo pessoas de que magia não é real, porque, depois de tentarem essas tentativas preguiçosas e não verem nenhum resultado, proclamam que, uma vez, tentaram fazer magia e descobriram que era tudo mentira. Nunca diriam que talvez eles só estivessem sendo preguiçosos. O homem comum se levanta orgulhosamente e grita, “Eu, com certeza, não sou o problema!”.
Não espere ter uma boa colheita sem primeiro trabalhar o solo e cultivar as plantas com cuidado. Não espere ter uma boa refeição sem primeiro cozinhá-la. Não espere chegar a um lugar distante sem viajar até lá. O universo não é mau; mas ele não atenderá à sua egoística letargia.
A Quinta Razão
Egomania
A quinta razão que eu observei como fonte dos problemas de hoje na magia, é a egomania geral que infesta o mundo ocidental. No mundo de hoje, somos constantemente ensinados a sermos individuais, que ser único é o sonho humano, que você é especial e diferente de todo mundo, e que tudo isso é bom e verdadeiro. Infelizmente, o incorreto nessas autoafirmações é uma ligação fenomenalmente resistente à falsa percepção de quem se é. As pessoas se tornaram absolutamente investidas em suas cascas de ego que permeiam a parte mais externa de sua personalidade, e a defendem selvagemente.
Um dos medos mais comuns que as pessoas têm no que diz respeito à evolução espiritual é a perda de autoidentidade. Esse medo é baseado sobre duas percepções inteiramente falsas: a falsa percepção do que a iluminação é, e a falsa percepção de si mesmo. Quando esses dois se unem, um medo intrínseco surge, colocando muralhas entre a mente e a ideia de realização espiritual. Em algum ponto, as pessoas colocaram em suas cabeças que a destruição do ego é a destruição de sua personalidade, de seu caráter, e isso é, simplesmente, não verdadeiro. É, na realidade, simplesmente, a purificação do seu caráter, de modo que se eliminem os vícios e defeitos maiores, removendo-se assim o desequilíbrio espiritual. O problema real surge quando alguém é tão defensivo de sua personalidade que defenderá até mesmo seus vícios. Eles dirão coisas como “Claro, eu sou um mentiroso crônico, mas isso é quem eu sou, é assim que Deus me fez”. Tal ideia é inteiramente sem fundamento. Você não é um mentiroso crônico, porque, em sua essência, você é Deus. Apenas sua casca de ego mais externa é mentirosa, e não foi porque Deus o fez, mas por causa de suas ações que você, conscientemente, escolheu perseguir. Contudo, as pessoas não aceitarão isso.
Isso cai novamente no quarto problema, o da preguiça. As pessoas desejam tudo por nada, ou, se elas investem dez dólares, querem instantaneamente cem dólares de volta. Elas não acreditam que um relacionamento com Deus é um relacionamento recíproco, mas sim que é um relacionamento de “servidão”, onde Deus dá tudo, enquanto nós recebemos. Não funciona dessa maneira; nunca funcionou, nunca funcionará. Deus é um pai melhor que isso. Infelizmente, as pessoas prefeririam se apegar a seus vícios do que oferecerem seus aspectos negativos ao fogo alquímico para que sejam destruídos. A uma pessoa assim, o “ser único” é sempre mais importante que a Divindade. Existe esperança para tal pessoa? Você não pode ajudar alguém que não ajuda a si mesmo.
A falta de desejo de se sacrificar as falhas pecaminosas de caráter resultou não apenas na corrupção da magia, mas contribuiu grandemente à queda de um grande número de ordens ocultistas. No campo geral da magia, autores não treinados, que não são mais maduros do que uma criancinha de um ponto de vista mágico estão lançando livros que são absolutamente corrompidos por suas falhas pessoais. No campo das ordens ocultistas, os “adeptos superiores” são ainda crianças egoístas que tramarão vários dramas dentro da ordem, normalmente a fim de abolirem a autoridade do Grão-Mestre, de modo que possam competir com esse poder. Uma ordem ocultista genuína consiste de adeptos que ultrapassaram tais simples preocupações, e que nunca tentarão se elevar para prejudicar outras pessoas ou ao risco de prejudicarem um bem maior. Quando pessoas são permitidas a carregarem todas as suas falhas mundanas para uma posição de, supostamente, autoridade divina, o caos deve, necessariamente, resultar. Precisa-se meramente olhar a história do Papa para ver as evidências.
Deveria ser suficiente, nesse meio tempo, enfatizar que aspirantes nunca são postos em algum programa de lavagem cerebral que faz com que eles pensem e ajam de um modo determinado. Isso não poderia ser mais verdadeiro. Cada pessoa tem uma personalidade absolutamente única, e essa personalidade é uma expressão muito real do próprio Deus. Desse modo, todos são um avatar, uma manifestação de uma Personalidade Divina. A diferença entre uma pessoa comum e um santo realizado, porém, é a de que a pessoa comum turvou e sujou sua personalidade divina com uma lama imunda, enquanto o santo realizado poliu sua alma de modo que sua verdadeira personalidade pudesse brilhar. Você não é quem pensa que é! As pessoas acreditam que são tão velhas quanto seus corpos físicos, mas, na verdade, você é muito mais velho. Pelo fato de que a única personalidade que você pode lembrar é aquela em seu presente corpo, que tem apenas alguns anos de idade, você pensa que é você. A verdade é que você tem uma personalidade universal, uma personalidade muito única, sendo a única expressão total de Deus em essa forma exata, que esteve por aí por muito mais tempo do que o seu corpo. Deslocar a sua identidade de si mesmo da falsa percepção de seu corpo, para o supremo local de sua alma, é a meta da Grande Obra, a Verdadeira Alquimia. Para fazer isso, você deve remover gradualmente a lama que se acumulou como um grosso muco sobre sua alma, de modo que você se torne o você verdadeiro, em vez de esse você mortal e temporário. A personalidade que você tem neste momento tem todas as virtudes positivas da sua alma, mas você adicionou a elas os vários vícios e defeitos que você adquiriu nesta e nas últimas encarnações. A sua personalidade pode ser vista como uma parede cheia de buracos. A luz que brilha através desses buracos é sua personalidade real, enquanto o resto da parede é a imundície e o muco com o qual você se cobriu. A meta da sublimação pessoal é fazer com que o seu inteiro ser brilhe com pura luz.
Isso é, como muitos assuntos do oculto são, uma coisa difícil de ser explicada se usando a linguagem humana. Até com a explicação acima, será difícil, até para os mais inteligentes leitores, absorverem exatamente o que eu estou tentando dizer, até se pensam que compreendem. É algo que deve ser experimentado individualmente para saber, e, portanto, eu evitarei qualquer discussão compreensiva sobre isso.
Como este é um texto imenso, traduzido por Agamemnon Anydoros. Dividido em duas partes.

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Respostas de 39

  1. Mas o caminho da esquerda de fato não é a mudança pela vontade? Isso deixa subentendido que magia pode ser usada para fins mundanos.
    Tio, você disse em uma de suas respostas que o caminho esquerdo É egóico. Agora me deu um mindfuck ahahah. Entendi nada.

  2. Muito bom o post. Hoje em dia cresce cada vez mais o número de pessoas que estudam e praticam sozinhas e considerações como essas são sempre bem vindas. Troca de informações, conhecimento e experiências são fundamentais para a evolução e por isso adimiro o site, pois vira um roteiro de leitura, para quem não sabe mais o que pesquisar. Quanto à ultilização da magia para fins próprios, sua banalização é realmente preocupante. Deveria ser um meio de “re-ligare”. Usada de outra forma, estamos sempre sujeitos à causa e efeito, karma, etc. Seus outros usos deveriam ser restringidos ao minimamente necessário, quando se esgotam todas as possibilidades físicas. Idem ao tarot como arte divinatória. Seu foco deveria ser o autoconhecimento. Pena que num mundo onde se trabalha quase doze horas diárias e quase todos os dias, não sobre mais que duas horas para leitura e prática diária. Mesmo assim, nosso relacionamento com o divino pode ocorrer a todo instante, quando tentamos deixar que ele se manifeste em nossas atitudes cotidianas, pois as virtudes divinas são os corações das sephirath. Espero realmente que as Ordens elevem seus padrões, mas espero mais ainda que a humanidade os elevem. Nossa Ordem maior é a humanidade, pois dessa todos fazemos parte, e nossa mais difícil iniciação é a própria vida. Iniciados ou não-iniciados, independente de estado de consciência ou credo, estamos intimamente interligados nesse processo. A evolução de um pode contagiar a muitos…

  3. “Eu conheci pessoas que poderiam ser chamadas de enciclopédias de filosofia oculta” Eu me sinto assim, e parece que estou seguindo essa trilha… Pelo menos tenho consciência disso e não tento dar lição pra ninguém…

  4. bom dia,marcelo! eu queria saber se é necessário o desenvolvimento físico para a prática da magia.Há a necessidade de um treinamento físico para um mago ou para um ritual específico?
    Talvez seja uma pergunta boba mas é uma dúvida real. e se não for pedir muito,no caso das respostas às perguntas acima serem afirmativas,poderia dar um exemplo de treinamento? obrigado desde já,tio marcelo.

  5. Excelente texto, apesar de não ser mago, ser apenas um curioso tenho um íntimo sentimento a respeito dele. O mundo vive uma crise moral, que se estende por todos os lugares, inclusive no mundo da magia. Porém ficam as seguintes perguntas: Por onde começar então? O que estudar? Em quem confiar? Como saber se a Ordem que participamos é séria e pode encaminhar nossos estudos mágicos? Fica difícil para a pessoa comum responder tais questionamentos.

    1. Eu tmb fikei impressionado quando descobri que os 2 são de 1988 assim como eu.
      Quando lia os textos deles,me parecia estar lendo algo escrito por alguém com anos e anos de experiencia Magistica.
      Acredito que eles ilustrem bem a situação de Almas mto Antigas reencarnadas e com acesso a toda bagagem anterior de experiencias e conhecimentos.

  6. Olá, Marcelo!
    Tudo bem?
    Normalmente não concordo muito com os seus artigos, visto que acho que o sistema de Magia que vc utiliza é moderno demais. No entanto, gostei do que vc escreveu agora, e gostaria de fazer alguns comentários e saber sua opinião, pois te considero bastante inteligente.
    @MDD – Desde quando a Macumba se tornou “moderna demais”? rsrsrs
    Estudei o sistema GD por um tempo, e me afiliei a uma escola iniciática descendente da “Inner Light” da Dion Fortune.
    Passei uns 2-3 anos fazendo o treinamento que eu hoje considero “moderno”: Middle Pillar, LBRP, Qabalistic Cross, etc. Alem disso estudei mitologia e a Qabalah mistica da GD (que praticamente todas as ordens modernas usam).
    Acontece que esses exercicios nunca me trouxeram resultados. Nada era concreto, era tudo psicologico demais e nao havia resultados materiais perceptiveis.
    Usei ayahuasca algumas vezes e tive experiencias reais com o plano astral e o plano intelectual (que começam na esfera de Tipheret e acima). Essas experiencias me deram conhecimento (através de experiencias diretas) sobre Deus, os anjos, e as entidades negativas conhecidas como demonios.
    Cheguei à conclusão que todo o sistema moderno de magia (ou seja, tudo o que vem da GD e escolas derivadas, alem do Aleister Crowley) é enormemente ineficaz. Tudo sao especulaçoes intelectuais.
    Comecei entao a buscar as raizes do ocultismo ocidental e descobri que as fontes mais puras de prática que temos sao os grimórios medievais (voce pode argumentar que os proprios grimorios vem de textos greco-egipcios, mas esses mesmo ainda nao foram traduzidos satisfatoriamente de forma a poderem ser usados de maneira pratica).
    Passei entao a me preparar para colocar em prática um grimório de Magia e vi que existem dois que sao mais simples: o Heptameron e o Janua Magica Reserata (“The Keys to the Gateway of Magic).
    Paralelamente, comecei a aprender astrologia medieval, que é o tipo de astrologia praticada pelos magos do renascimento e da idade media e que difere completamente dos sistemas modernos (inclusive da “astrologia hermetica” que vc pratica), mas se harmoniza bem com a astrologia árabe (da qual descende) e com a grega (que está sendo redescoberta agora pelo Robert Schmidt e é o sistema de astrologia original do ocidente).
    Percebi que a magia ocidental (grimorica) é muito mais relacionada com o sistema planetario da antiguidade do que com a Qabalah, que foi uma adiçao posterior.
    Pus em prática a Picatrix algumas vezes (grimório medieval mais famoso de magia talismânica astrológica e que foi traduzido recentemente pelo Christopher Warnock, meu professor de astrologia) com bons resultados a partir da primeira tentativa. Resultados concretos no mundo material.
    Falta pôr em prática uma evocação para manifestação física para fazer a prova dos 9 e realmente concluir que os grimórios representam a magia real do ocidente, em vez do sistema GD e derivados.
    @MDD – A kabbalah que eu apresento é a referencia mais moderna e completa de todas as correlações antigas, de uma maneira que vai facilitar a compreensão de quem está começando agora. Grimórios como o de Pietro d´Abano que voce mencionou são os cadernos de anotações deles, no tempo deles… boa parte destes ocultistas se correspondia com anjos e outros seres astrais, da mesma maneira que faço hoje em dia, só que com entidades da Umbanda, que foram estes mesmos estudiosos de magia prática em suas ultimas encarnações aqui na Terra (e acabam sendo os MESMOS anjos e entidades astrais de antigamente, que só mudaram de nome).
    Não existe nada mais prático do que estudar as bases magísticas (e eu gosto de comparar todos os diferentes processos já que, não importa se medimos a temperatura da agua em celsius ou farenheit, o que importa é quando ela vai ferver ou congelar e isso independe do sistema de medida) direto com entidades que utilizam não os símbolos, mas a própria luz astral em suas magias. Não vejo diferença entre meu caderno de anotações pessoal e um grimório medieval; salvo que temos acesso a MUITO mais informação do que eles para comparar.
    A experiencia prática é a mesma: eu converso com um Exú e mostro os talismãs medievais e as instruções de como fazê-los; ele me explica qual a base magística que está em ação ali e como posso organizá-la de uma maneira diferente, se eu desejar. Mostro a ele outros talismãs de mesma função de outros grimórios e chegamos ao cerne da questão… qual é a chave que faz aqueles talismãs diferentes funcionarem? ISSO voce nao consegue lendo livros da Golden Dawn, apenas com acesso a entidades astrais e ai está o diferencial… o resto é copiar-colar de textos que funcionavam pra quem sabia como fazer, que funcionavam pro alquimista medieval porque usavam as chaves DELE, não as suas…

    Minha experiencia afirma que faz muito mais sentido se preparar para uma operaçao mágica através de oração e boas ações (caritas- ou seja, manifestar o Amor de Deus através das nossas ações para com as outras pessoas, nossos irmãos), e purificaçao (abstinencia sexual, jejum ou dieta de carnes e afins, cortar alcool e quaisquer drogas e vicios), do que fazendo o Middle Pillar, LBRP e afins.
    Gostaria de saber a sua opinião sobre isso, assim como aprender se voce já comparou- na prática- os sistemas presentes nos grimórios com os modernos (da GD e ordens modernas).
    Obrigado!
    @MDD – o caboclo de Oxóssi que orienta um dos grupos de estudo disse uma vez “Tudo pode, Fío” (depois eu descobri que ele é, na verdade, um sacerdote asteca) mas o princípio é o seguinte: oração e boas ações colocam seu corpo em limpeza e sintonia com frequencias astrais elevadas; da mesma maneira que jejuar e abstinencia mantém sua vibração pessoa pura (veja que tudo o que citou é trabalhado no kardecismo e umbanda para facilitar a sincronização com entidades ou com o seu SAG); o resto são símbolos: o RMP só vai funcionar mesmo se houver entendimento do que se está fazendo, caso contrário, tem tanta (in)utilidade quanto fazer as cerimônias maçônicas sem saber pra que aquilo serve. RMP, Middle Pillar, traços, pantáculos e outros são SIMBOLOS que vão ativar ESTADOS DE CONSCIENCIA específicos para práticas específicas (mesma função dos complicadíssimos rituais medievais)… e sabendo quais são estes estados de consciencia, tanto faz se eu acendo uma vela Azul pra representar Chesed ou uma vela Verde dedicada a Oxóssi ou um rabisco na forma de arco-e-flecha ou um amuleto de estanho com complexos sigilos planetários; meus corpos espirituais passam a vibrar nas mesmas sintonias da faixa que eu quero manifestar e ai a magia real acontece. O resto é mesmo especulação intelectual, como voce colocou corretamente…
    A SUA experiencia prática tem mais valor do que os Grimórios antigos; seu caderno pessoal, se um dia for encontrado por alguém daqui 200 anos, será tão ou mais importante e preciso do que os livros medievais porque, em essência, são anotações vindas da prática e não receitas de bolo.
    Me manda um email se algum dia vier para SP. Seria bem legal te levar para bater papo com meus professores…

    1. Oi, Marcelo!
      Valeu pela resposta.
      Como nao encontrei seu email no site, tive que escrever a réplica como comentário mesmo.
      Sou paulistano e estou morando em Rio Branco- Acre há um ano. Sou funcionario publico e posso pedir transferencia para outros estados de tempos em tempos, e aproveitei a oportunidade para vir pra cá estudar a tradiçao ayahuasqueira, já que o berço do Santo Daime e Barquinha sao aqui (embora eu costume ir mais na UDV).
      Considero a tradiçao ayahuasqueira a unica tradiçao seria de ocultismo no Brasil, visto que te da contato direto e real com as entidades astrais, possibilitando tambem o acesso aos planos intelectuais (os planos das formas platonicas, acima do astral), conforme o merecimento.
      Conheço pouco sobre as outras ordens, como AMORC, R+C, mas o pouco que aprendi sobre elas me deixou extremamente desapontado. Muita masturbação intelectual, muito “níueigismo”, “pensamentos positivos e visualizaçoes” e pouquissimo conhecimento real. Das pessoas que conheci nenhuma tem experiencia direta no plano astral e/ou com entidades. Enfim, só “gente esotérica”.
      Embora tenha estudado usando ayahuasca, considero isso uma fase de “preparação de terreno” para a prática com grimorios medievais.
      Ao contrário dos metodos GD, as evocaçoes nao sao “psicologicas”. Ao contrario da umbanda/candomblé/quimbanda, nao é necessario acreditar nas palavras de um espirito supostamente encarnado num médium.
      Nas evocaçoes grimoricas, os anjos normalmente aparecem visivelmente na superficie da bola de cristal/esfera de vidro/espelho negro e os demonios se materializam na frente do operador. Isso sem necessidade de ter clarividencia ou outros poderes mediúnicos.
      Aceito seu convite pra bater um papo com seus professores (se refere por acaso aos professores astrais?).
      Vou estar em sampa muito provavelmente dentro de 1 ou 2 meses.
      Se puder, me passe o seu email (o meu é hencrow@hotmail.com) para combinarmos melhor.

    2. MDD,é possível para alguém encarnado transcender a necessidade do uso de símbolos e trabalhar diretamente com as energias em sí?
      @MDD – Acho que nao rola; talvez médiuns sentientes (nem videntes poderiam ser, pois a Mente já estaria transformando as emanaçoes em símbolos e imagens que seu cérebro pudesse entender). Em todo caso, seria algo que a pessoa intui e sente, não raciocina.

    3. MDD,Como se da a transição da alma humana que não precisa mais encarnar para uma entidade ligada aos caminhos magÍsticos,como um Exu,Caboclo ou Anjo?
      Seria através de preparação prévia durante as encarnações e iniciações nos planos extrafísicos?

  7. Não gosto do jeito que o autor se expressa ao mencionar o RMP como se fosse algo inútil.
    Já conheço o autor em questão e ele se foca muito na Yoga, como se todo o conhecimento do ocultismo ocidental fosse mera especulação.
    Porém os mesmo (é uma dupla pelo que eu vi) entram em contradição algumas vezes, em posts mais antigos do forum veritas, os mesmo abordavam magia ocidental também.
    Apesar de toda a teoria da cabala e da “magia ocidental” ela é pratica, toda magia é pratica, a culpa não é do sistema e sim dos escritores e alunos. 😡
    O ruim talvez da magia ocidental é que eles falam muito em “códigos”, e na maioria das vezes o conteúdo não é abordado ao todo.
    Dion Fortune entra na questão dos rituais para neófitos, ela diz que somente meditação seria muito demorado para atingir algum grau de eficiência e que não condiz com nossa mente ocidental.
    Também ridicularizam a chaos magick ao interpretar de uma forma muito superficial o “nada é verdadeiro, tudo é permitido”.
    Sem falar que interpretaram Vontade como se fosse Desejo.
    No resto o texto é muito bom.

  8. Então se eu entendi bem, tudo isso tem a ver com o achar o seu caminho. Descobrir o que funciona para você e aplicar aquilo na sua vida ao invés de deixar guardado em uma caixa.
    Que todos os textos são impressões pessoais de quem escreveu e que minhas experiencias pessoais tem o mesmo valor que estes textos e mesmo essas impressões podem estar carregadas pelos meus vicios.
    Que muito tempo se gasta tentando entender os simbolos e suas correlações sem compreender os efeitos daqueles simbolos em nós mesmos.
    Claro, deve ter mais coisa que eu não consegui enxergar.

  9. tio
    Estava aprofundando a leitura do texto no blog O Bardonista
    e o autor estava falando sobre ser desnecessário a afiliação a rosacruz
    devida a retirada de energia da Grande loja branca pelos MESTRES
    vc pode ser aprofundar mais sobre esse assunto

  10. @MDD muitas vezes seus comentários são mais elucidativos do que alguns textos.
    Seu conhecimento prático me parece muito rico, se possível acho que seria muito bom (acho que muitos concordam também) se você explorasse mais o seu conhecimento prático em seus textos, abordasse mais as suas experiências.
    Já que esse texto foi retirado do Blog Bardonista, creio que você também deve ter visto os relatos de evocação mágica do Justin Bidwell, ele aborda as evocações sem se expor muito, você talvez poderia fazer o mesmo com as entidades com as quais trabalha.

  11. “Esse é um ponto importante, que todos aqui deveriam dedicar à memória: você NÃO CARREGA poderes mágicos com você para a sua próxima encarnação. Até que você alcance henosis, que é a deificação e a imortalidade do corpo astral, a única coisa que continuará a crescer e expandir, de uma vida a outra, é a sua consciência. Isso irá, naturalmente, carregar algumas siddhis, que são poderes inerentes, mas não os frutos de uma grande parte de seu treinamento mágico. O corpo astral cresce e evolui de uma vida a outra, como resultado de treinamento mágico, e discutiremos isso mais no futuro.”
    Isso tem a ver com o que o Frater Goya falou no Simpósio sobre a criação do “Feto Imortal”, com os relatos espíritas de desencarnados tendo de se alimentar nas colônias astrais, e com as ideias sobre vampiros psíquicos e obsessores só manterem seus corpos astrais dado o vampirismo energético ?
    Formulei uma pequena teoria a respeito, mas seria interessante se você comentasse sobre o assunto, MDD. A mortalidade do corpo astral me parece um assunto interessantíssimo.

  12. Acabei de ler a postagem do Delbbio e a entrevista com o Prophecy e o Veos que o Raph enviou.Após o texto minha mente ficou cheias de idéias ainda confusas.Então resolvi meditar para acalmar os ânimos.
    Depois de meditar,fui tomar um banho quente.Eis então, que encontro uma esperança em minha toalha (inseto semalhante a um gafanhoto) até este momento não havia atentado para nenhum significado em relação o inseto e acabei jogando ele fora pela porta do banheiro.
    Ironicamente,a destemida esperança retornou pela janela e pousou aos meus pés(um pouco sem jeito já que estava esquiando sobre a água que ia em direção ao ralo).Subitamente, a palavra ”grasshopper” começou a ecoar na minha cabeça.
    Fiz assim uma relação com simbolismo oriental onde esteinseto significa aprendiz .Coiencidência ou Sincronicidade? pergunto-me.
    O fato é que não posso responder a pergunta de maneira concreta.Entretanto por que não simplesmente ter este significado como real,uma vez que esta associação surgiu em mim de forma tão espontânea.A ponto que possa transforma-la facilmente em realidade.
    Gostei muito dos dois textos.Fez-me atentar a certos pontos em que eu estou incluso por mais que nem sempre perceba.

  13. não sei se meu comentário foi. em todo caso,minha pergunta é: é necessário algúm treinamento físico para a magia.? valeu desde já,tio marcelo
    @MDD – Necessário não é, mas ajuda muito praticar alguma arte marcial ou as tecnicas de asana da Yoga.

  14. Pra mim a tal “especulação e estudos teórico” é o único caminho que teve efeito até agora, me ajudando a como confiar e discernir melhor a partir dos símbolos crus e mundanos e da intuição e dos sonhos.
    Acredito que seja o mesmo para tantas pessoas. Entendo o que o autor quis dizer, no entanto, mas me pergunto qual é a medida ideal que seja considerada “prática”?
    Ex.: Eu medito, exerço paciência e atenção. Minha “prática” se resume efetivamente a isso. Aparentemente não se obtém nada diretamente desta prática, ela é, para mim, como uma preparação, uma afinação de estado. As respostas chegam com seu tempo, e de formas distintas. Independem, em quase todos os sentidos, da prática da meditação e de visualizações em si, ou seja, independem de praticamente tudo que eu faça, talvez somente com excessão do estado de espírito a que essas práticas me tornam disposto.
    Acredito que a maioria das pessoas tenda pra esse caminho e considerando a “escala” proposta pelo articulista, estando eu preocupado com a qualidade das minhas buscas, ainda mostradas como insuficientes, me pergunto qual a solução?
    Aparentemente a resposta não poderia ser a já batida “estude mais,” mas sim, que não há resposta, senão a paciência.

  15. esse texto fiz questão de ler inteiro, já que repetidas vezes eu o encarava meio que irritado e acabava não tendo tempo para tal. Minhas notas vieram na sensação de crítica absurda que o mesmo estimula. Admito que minha mente fervilha com a sensação de já ter pensando nesses pontos. A sincronicidade é tamanha pela urgência desse pensamento crítico… de tanto buscar salvar o “verdadeiro conhecimento” parece-me que ele definhou como um velho carrancudo. E o prazer que a prática traz muitas vezes soava contraditória de tão jovial…

  16. lendo esse texto eu me lembrei da historia do maometano autor de prodigios do livro do Yoganda.
    MDD qualquer entidade de umbanda pode responder perguntas pertinentes a magia? tem alguma “falange” especifica para isso? e se eu perguntar sera que eles vao querer responder?
    @MDD – Nao… as entidades estao limitadas pelo que podem utilizar dentro do cérebro do médium. Fazendo uma analogia, não dianta nada chamar o Michelangelo pra trabalhar com o seu computador se voce só tem um 386 com o Paint instalado… se o medium não estudar, não der ferramentas para a entidade trabalhar, ela fica limitada às palavras e conceitos que conseguir utilizar do cérebro de carne do médium. O melhor a fazer é perguntar o que voce quer e ir anotando as respostas dadas, depois conferir por aqui ou em livros e ver o resultado.

    1. MDD, imaginando que o Guia foi um mago em umavida anterior, ele pode “levar” o medium a estudar magia?
      Por exemplo intuindo o medium para que comece a estudar? Ou seria o SAG que edtaria levando o medium a procurar sobre magia?

  17. Pessoal comecei estudar magia a pouco tempo , por curiosidade conheci magia em um detes sites sobre teorias da conspiração , mas m8dei de lado depois de pesquisar sobre Franz Bardon , estudando os livros dele na ordem em que vi recomenda em algums sites , os livros de bardon são uteis para o estudo da magia??
    Não estudo magia pra satisfazer desejos relativos a dinheiro somente por curiosidade , vi algum blogs de pessoas que lidam com goetia , para satisfazer estes desjos , ainda não pratiquei magia nehuma , mas da pra ver claramente que a maioria deles são amadores…

  18. “Por, pelo menos, os dois ou três anos iniciais, dependendo da aptidão do estudante, o foco deveria ser colocado no treinamento da mente, do corpo material, e do corpo astral para a verdadeira execução da magia”
    O treinamento do “corpo material” entendo eu que se refira a pratica de alguma arte marcial correto?? mas como seria esse treinamento da mente e do corpo astral ?? por onde deveria começar ?

  19. Estou estudando e indo a umbanda, quase regularmente. Algo que tem me incomodado, é que apesar do terreiro parecer sério, as pessoas que vão lá parecem estar mais interessadas em ter seus desejos atendidos que qualquer outra coisa. Eu acredito ainda que essa oportunidade de conversar com aqueles espíritos é muito mais valioso do que qualquer tipo de ‘trabalho’ que possam fazer por você. Mas eles estão tão acostumados com isso, é como se você fosse lá para resolver seus problemas, quando muitas vezes uma simples prosa, parece para mim muito mais proveitosa.
    Nunca fui lá pensando em resolver alguma coisa magicamente, mas é o que parece que muitas pessoas esperam quando lá põe os pés. É muito fácil colocar uma entidade está lá aprendendo e trabalhando para sua própria evolução, como um boiadeiro me disse, para resolver problemas pessoais, financeiros. Nesse sentido vale mais a experiência de vida da própria entidade para auxiliar.
    Fora que de certa forma, ao fazer os rituais, me sinto utilizada como bateria para eles ( o que mais simboliza isso pra mim é que todos peçam que eu acenda velas para eles, e assim, de certa forma, acredito que estou cedendo um pouco da minha própria energia). Por isso até tenho deixado de fazer muitas vezes o que me indicam.
    Além disso, quando vou nas linhas de esquerda, eu saiu de la pesando praticamente uma tonelada (é sério, até andar depois fica complicado por algum tempo). Se reconhece a árvore pelo fruto, e nesse sentido, o fruto não tem sido muito bom.

  20. Nunca imaginei que tomaria um tapa tão forte que nem esse! Ainda mais escrito por uma pessoa que não conheço e, automaticamente, não me conhece Mas… É pra guardar e mexer nisso pro resto da vida OO!
    Me senti uma criança levando sermão do pai depois de falar alguma besteira, e ainda abaixei a cabeça já que eu to “errado”…
    Resumo da leitura: Credo =_=’ Ainda tenho que estudar MUITO!!!

  21. MDD,
    estou começando a estudar este site que tem esclarecido muito das minhas dúvidas e gostaria de saber se vc considera o REIKI magia, ou magia seriam somente os rituais dentro de ordens ocultistas muito bem definidos?
    obrigada!
    Lea

  22. Olá Marcelo,
    Que texto inflamado! Que texto maravilhoso!
    Venho estudando cabala há um certo tempo, sozinha, pois o meu medo é justamente este….os pseudos profetas (como já dizia Raulzito). Até hoje não consegui encontar um lugar que meu coração me dissesse: “é esse!!!”
    E por isso vou seguindo sozinha na minha jornada, mas sei que quando eu estiver pronta o mestre aparecerá!
    Adoro seu site, tem sido libertador e desconstrutivo ler seus artigos!!! Deparar com ele me fez pensar em algo que nunca havia pensado: a magia em sí! Porém lendo este artigo só tive certeza do que meu coração já havia me dito: “cuidado aonde vc vai se meter….”
    E mais do que nunca tenho a certeza de que saberei a hora e o momento certo, não adianta ter ansiedade de aprender e virar um teórico!
    Muito Obrigada!
    Ale.

  23. “Por, pelo menos, os dois ou três anos iniciais, dependendo da aptidão do estudante, o foco deveria ser colocado no treinamento da mente, do corpo material, e do corpo astral para a verdadeira execução da magia.”
    Na sua opinião, Marcelo, qual seria a melhor forma de “focar”, “exercitar” e desenvolver a mente, o corpo físico e o corpo astral ?
    desde já, obrigado.

  24. Sinceramente achei o texto muito mesmo interessante, ele me remete certas dúvidas que ainda tenho ao pensar em me filiar a alguma ordem ou fraternidade. Concluo que embora ler seja muito importante, a pratica é necessária e lapidar o espirito, caráter ou como quer que chamem é uma forma de evolução (ao menos penso que sim) do ser. Fico me perguntando qualquer um pode realmente praticar magia ou tudo não passa de psicológico. Quantos conseguiram através de seus obituários conseguir as respostas para seu despertar e encontro com a VV.
    vou pra segunda parte..kkk
    sou grato….

  25. MDD, com relação à sigilação, ela poderia ser considerada uma corrupção da magia (terceira razão)? Explico: em minha ignorância, só consegui percebê-la como uma ferramenta para alcançarmos nossos desejos pessoais. Dessa forma, ela seria mal-vista? (Conheci através de Morrison)
    Caso a resposta seja negativa, ou seja, caso a sigilação não seja considerada uma corrupção, qualquer um, mesmo que não seja iniciado nem tenha adquirido nenhum conhecimento ainda, pode fazê-la?
    Ela é uma forma de nos auto-enganarmos ou, melhor dizendo, uma forma de implantarmos em nossos subconsciente uma mensagen para seguirmos, não ativamente, mas automaticamente?
    Pergunto isso porque você sempre advogou no sentido de que temos que buscar nossos desejos conscientemente, mas a sigilação parece uma forma de burlar esse processo. (Quarta razão, talvez?)
    @MDD – Sigilos, mapas, objetos magickos são apenas ferramentas. São usados da maneira que a pessoa que os usa quer.

    1. Entendi.
      Mas, por exemplo, se alguém fizesse uma sigilação no sentido de “ganhar muito dinheiro honestamente” ou “conseguir um excelente emprego”, isso seria algo corrupto/egoísta do ponto de vista mágico? Acarretaria em “bad karma points”?
      Caso a resposta seja negativa, alguém que não está protegido por egrégora nenhuma (de ordens) poderia fazê-la?
      @MDD – funcionaria, embora eu pessoalmente ache que este tipo de pedido é genérico demais, porque não tem foco nas suas ações (quer dizer, ganhar muito dinheiro honestamente pode te levar forçadamente para algo muito distante da sua Verdadeira Vontade, por exemplo). Teria de ser um sortilégio mais bem elaborado…

  26. Antes da pergunta para não haver mau entendido e parecer que estou sendo ingrato com todo o esforço que vcs vem fazendo para ajudar as pessoas, sei que saber de onde viemos, quem somos, para onde vamos, ter provas da vida após a morte, conhecer Deus e o significado da vida e do mundo é muito mais valioso que qualquer satisfação terrena, mas como cada organização aparenta ter uma posição diferente em relação a isso gostaria de saber:
    Para chegar até Deus através da magia é necessário deixar de lado as experiencias de vida e a buscar por novas formas de prazeres?

  27. Boa Tarde,
    em uma pesquisa achei este texto, o li … e contudo achei interessante a conclusão de pensamento de uma pessoa que já teve bastante bagagem filosófica dizer referente a prática, pois concordo ao que se diz que teoria sem prática não faz nenhum sentido lógico, porém analisemos a condição que cada pessoa possa ter, nem sempre o espirito que busca a luz o enxerga com clareza e de bom grado, por isso o egregora de ilusão(Maya) constitui a grande parte energética desta busca, outro ponto a citar é que existe muito mais véus dentro dos livros do que se possa imaginar, sendo que realmente nenhum te ensina o fazer, mas se analisar em conjunto entende-se que todos são como um pedaço da chave, para assim chegarmos a uma conclusão do que devemos ou não atrair a nós, … Vejo a magia como algo mais simples e interno, que vem de dentro, que abraça o âmago e desabrocha como flor, muitas coisas não se ensinam ou tem preparo ( Na verdade nunca estamos preparados para nada), agora pegunto a ti sobre sua ligeira demonstração de frustração sobre os homens … o que em mãos erradas não se torna ´´profano“ ( isso no termo usual moderno) e como não deixar que isso aconteça? A resposta para isso é que não existe um jeito, como você mesmo cita em seu texto, como poder gerar fenômenos mágicos externos se nem uma simples meditação conseguimos realizar, porém acredito que o foco somente no fenômeno é a causa disto, pois o externo é reflexo do interno, assim como tudo que existe em cima se tem embaixo … quanto a preguiça, sim é uma aberração … pois magia é um exercício de todas as horas e momentos, porém nem sempre é culpa da mídia ( em todos os aspectos), todos nós somos inimigos declarados de nós mesmos, e vejo que por muitas vezes somos nós mesmos que nos boicotamos e proferimos a condição de busca que nos colocam no caminho … então fica a se refletir sobre o que é certo e errado, mas na verdade sabemos que para o homem, até mesmo o mais esclarecido, isso é meramente relativo a verdade … Bem na verdade, entendo seu ponto de vista, concordo com muitas coisas, mas gostaria de faze-lo pensar em que também possa ser uma simples questão de escolha ter todos estes erros, assim como é escolha fugir deles, mesmo não tendo clareza mental, emocional, energética e física, um ser pode sim ser mágico, mais as vezes nem o perceba … espero ter contribuído para um diálogo amistoso … pois a vida é feita de visões e estas nos trazem a reflexão, e assim conseguimos melhorar em nós todos estes erros, e que realmente são muitos, muitos além destes, mas faz parte do caminho da evolução, Namastê!

  28. Como todo trabalho intelectual, tem pontos excelentes e outros bem fracos. Os defeitos modernos de egoísmo e preguiça são muito bem pontuados e entendo perfeitamente que também afetam a prática espiritual e magistica.
    Quanto as críticas:
    O que seria de fato um bom início para um neófito? Como trabalhar com o lado prático? Vejo muita gente criticando isso, mas oferecendo em troca muito pouco de ajuda por onde começar… Crítica por crítica, é só mais uma.
    Outro fato que me deixou bastante decepcionado foi a ligação de deus em tudo. Que deus é esse? O Deus judaíco-islâmico-cristão? Se sim, me parece que os autores tem um forte viés dessa linha filosófica e parte do pressuposto que esse deus ai é verdadeiro. Triste e simplório.

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