O meio caminho entre o amarelo e o vermelho, o laranja é a mais angustiante das cores. Entre o ouro celeste e o vermelho ctônico, esta cor simboliza, antes de tudo, o ponto de equilíbrio entre o espírito e a libido. Agrega a luminosidade e alegria do amarelo com a excitação e vibração do vermelho. Relaciona-se com o ardor e o entusiasmo.
Ela é a cor das túnicas dos monges budistas e da cruz de veludo laranja dos Cavaleiros do Espírito Santo.
A energia dessa cor pode estimular o sangue e os processos circulatórios, influenciando as funções mentais e os sistemas respiratório e nervoso.
Segundo a tradição hindu, o laranja está ligado ao segundo Chakra (um dos centros energéticos espalhados pelo corpo). Localizado entre o púbis e o umbigo, esse chacra – chamado sacro – rege os órgãos reprodutivos e a libido, e influencia em todos os processos criativos. Em cromoterapia – técnica que usa luzes coloridas na cura do corpo – a gama dos alaranjados também é usada no tratamento de doenças do abdômen e dos órgãos reprodutores; “Ela ajuda a soltar as amarras que impedem a livre expressão da criatividade”, diz o terapeuta Carlos Florêncio, de São Paulo, que sugere um exercício para estimular a capacidade criadora: “No local de trabalho, imagine-se envolto em uma luz laranja e procure se sentir estimulado por essa energia”, ensina o especialista.
Na Idade Média acreditava-se que o laranja simbolizava a crueldade, o orgulho e a ambição. Mas muito antes disso, na Índia, o Buda cortou os cabelos e trocou as suas suntuosas vestimentas reais pela roupa alaranjada de mendigo. É por essa razão que os monges budistas usam até hoje túnicas laranja, simbolizando a renúncia às coisas materiais.