A Caridade


O que é a Caridade? É dar esmolas, levar comida aos necessitados, comprar uma rifa beneficente? Ao fazer isto estaríamos com a consciência limpa de que estamos exercitando uma das virtudes?
Caridade é sinônimo de amor, bondade, benevolência e compaixão. É o ajudar o outro sem buscar nenhuma recompensa. É um sentimento com duas vias, tanto para si quanto para o outro. Para o Cristianismo, é o amor ao outro como a nós mesmos.

Os dois mandamentos cristãos
Na Última Ceia, Jesus instruiu os seus apóstolos com um novo mandamento: “amar a nós mesmos, assim como ele nos amou, e amarmos uns aos outros”. Os mandamentos da lei de Deus resumem-se em amar ao Criador sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. O amor, portanto, é a perfeição da lei.
Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros”. O complemento do mandamento que fora deixado. Ao pensarmos na caridade como a virtude que identifica os cristãos, logo vemos que a maioria dos que se dizem cristãos na verdade não o são.
A primeira obrigação cristã é amar ao Criador “com todo o teu coração, com toda a tua alma, com toda a tua mente e com todas as tuas forças”. Ele nos amou antes e nos criou, então é digno de nosso amor.
A segunda obrigação é estender esse amor a nós mesmos e aos outros. É claro que este amor deve ser disciplinado para que possamos verdadeiramete buscar os bens da alma e do corpo. Ao desejar descumprir as Leis, afastarmos de Deus, nós não estaríamos nos amando de verdade.
“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.
E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.
E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.
O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.
Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;
Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;
Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá;
Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos;
Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.
Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.
Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.
Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor.”
De que adiantaria sermos ricos em dons espirituais se somos pobre de ações? De que adiantaria termos fé para remover montanhas, mas não tivermos o amor? Ora, conhecemos se a árvore é boa através de seus frutos, alerta-nos Jesus. A mudança íntima, a luta constante contra nossas imperfeições, é algo que deve fazer parte de nossa vida. Caso contrário, só iremos fazer barulho e chamar atenção…
Conforme Tiago, a fé sem obras é morta. Não importa a fé que possuímos se não temos obras, se não exercitamos as nossas virtudes. Estas obras não são o forçar ao outro para seguir as nossas crenças, a ter o nosso caminho como o único e exclusivo caminho que guia ao Criador. O bom exemplo é a melhor forma de expressar a nossa fé. Não é pregar verbalmente a caridade, mas atravésde nossas próprias ações e modo de ser.
A caridade inclui o saber que as dificuldades são obstáculos que objetivam o progresso espiritual. Alia a bondade a todos, independentemente do que já fizeram contra nós. A vingança e ódio corrompe, o perdão nos enobrece. A levianidade traz-nos consequências inesperadas, a prudência contribui para nos aproximarmos de Deus.
Não podemos dizer que amamos a Deus se não amamos ao próximo. “Se alguém diz que ama ao Criador e odeia ao seu irmão, é um mentiroso, pois quem não ama a seu irmão a quem vê, como poderia amar ao Criador a quem não vê?” Amemos aos outros por amor ao Criador, não simplesmente tendo simpatia, admiração ou altruísmo, mas verdadeiramente amando.
E as esmolas?
Muitos vêem a caridade apenas como algo material. Acabam resumindo a caridade à doação de roupas, alimentos e dinheiro. De fato, ao fazermos isto com intenção generosa, empatia e espírito de benevolência estamos fazendo caridade. Porém, esquecem-se que as virtudes são expressadas em quatro âmbitos – físico, emocional, mental e espiritual, sendo esta apenas uma expressão da caridade no âmbito físico.
Já perceberam que existem pessoas com um armário cheio de roupas, uma mesa repleta de refeições, uma casa dos sonhos e um veículo muito caro que não possuem fé e esperança? Aí poderíamos expressar a nossa caridade, trazendo-os a perspectiva para o amanhã e o consolo que tanto necessitam.
As nossas ações não podem ser repletas de intenções secundárias. Não podemos dizer que somos caridosos se sempre que vemos uma pessoa passando necessidade formos ajudá-la. Onde ficaria a disciplina? Entramos agora na questão das esmolas.
Aconteceu comigo, e creio que com muitos de vocês, que ao darmos esmolas a uma pessoa necessitada, que a pede em busca de alimento, transporte ou medicamentos, vermos depois de algum tempo esta mesma pessoa utilizando o dinheiro que damos para comprar bebidas alcoólicas e até mesmo drogas. Será que ao fazermos isto fomos caridosos se a nossa esmola na verdade não beneficiou o outro?
A intenção de ajudar o outro, com benevolência e boa vontade, sem segundas intenções, é o que vale nesses casos. Porém, se sabemos que aquela esmola vai constituir algo ruim para aquele em que ajudamos, acabamos por gerar carma negativo a nós. Existem casos que o necessitado pede tanto que algumas pessoas, ao perder a paciência, dá o dinheiro aquela pessoa, mesmo sabendo que ele é um tremendo beberrão… Caso contrário, naquelas ajudas em que não conhecíamos, julgando que eles realmente utilizariam o dinheiro dado para o alimento, mas usou para a cachaça, por exemplo, o que valeu foi sua intenção.
A caridade pode, portanto, ser compreendida como um conjunto de atributos morais e espirituais – doação, ajuda, bondade, perdão, prudência, decência, tranquilidade, sabedoria, justiça, amor, dentre outras. A fé e a esperança são assessoras da caridade, que é o sentimento principal a ser buscado pelo místico, a fim de libertar-nos das amarras do orgulho e caminharmos rumo à Transcendentalidade.

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Respostas de 53

  1. ?”Ninguém evolui permanecendo indiferente à miséria do próximo. Caridade não é dar esmola, é compartilhar afeto e experiência. E não pense que meia duzia de pai nosso e ave maria salva alma. Karma é crédito e débito.”
    Antônio Carvalho
    @jeffalves20 – Ótima complementação. Obrigado por compartilhar conosco esta citação.

  2. Muito bom o texto! Concordo plenamente!
    Para complemento:
    A esmola espiritual
    CÁRITA
    Dêem, dêem sua esmola de compaixão, a compaixão conduz à ternura, da ternura à caridade o passo é curto.
    Dêem, dêem o sentimento tão doce que se chama misericórdia, a misericórdia conduz ao amor, e o amor é o mais rico diamante do escrínio do Criador.
    Dêem, hoje como sempre e sempre como hoje, pois as lágrimas correm todos os dias, os corações sangram, as almas sofrem e, freqüentemente, se deseseperam!
    Dêem, dêem sem pesar e bebam com as mãos cheias no tesouro espiritual, nesse tesouro inesgotável que aumenta quando dele se toma.
    Dêem, ó meus irmãos, dêem com as duas mãos e de todas as maneiras; dêem o bom conselho, dêem a proteção, quando puderem, dêem o apoio, dêem a instrução espiritual, dêem essa esmola moral que vale mais do que todas as outras, a do coração, a do pensamento!
    Dêem, sem muito se perguntarem, se aquele que recebe é digno da sua caridade; lembrem-se de que os frutos da caridade são algumas vezes tardios, que o verdadeiro devotamento não conta sobre o fruto, quando ele planta o caroço ou quando se tira mudas do arvoredo.
    Dêem e amem verdadeiramente, quer dizer, com a alma! Elevem seu pensamento acima do nível comum da vida, quer dizer, amem em Deus, como ele e com ele!
    Santifiquem sua esmola, unindo-a ao amor que os transporta ao Criador! Toda criação é sua pátria, toda a humanidade terrestre é sua família, generalizem e aumentem, pois, o sentimento do qual eu lhes falo, espalhando-o sobre todos!
    Dêem, dêem muito, e muito lhes será devolvido em luz, em inteligência, em felicidade!
    @jeffalves20 – Grato novamente pelo texto compartilhado.

  3. Caridade?
    Fazer por você e pelo próximo. Ao mesmo tempo em que doa, recebe.
    O silêncio é parte importante do processo.
    @jeffalves20 – Obrigado por lembrar do importante papel do silêncio neste processo.

  4. isso é um ideal seu. Porque a cachaça é ruim para ele? Você sabe o que é passar uma noite de frio em SP sem álcool? E se ele usar heroina, cocaina, pedra, maconha, eter, oq for… é a experiencia dele e é uma escolha dele. Se a pessoa deu o dinheiro ela deve assumir que o dinheiro não é mais dela e portanto a responsabilidade sobre o uso do mesmo cai sobre o atual portador. E por que TEM que haver obras? as vezes não se precisa deixar nada, isso é mto relativo. Não são todos que nascem para construir. E mtos aqui qdo escrevem seus textos assumem um tom de verdade absoluta que chega a me dar agonia. As coisas são mais RELATIVAS creio… e eu postei uma crítica, no blog Hermetic Rose, muito mais polida do que essa até, e ele teve a capacidade de censurar o que eu comentei. Uma pessoa assim pra mim é fraca e indigna, simplesmente pq não sustenta a transparência que na verdade realmente só fica na aparência. Quando na verdade tudo o que escreve é tendencioso. Adios cabrón.
    @jeffalves20 – Quando fazemos posts, não colocamos a opinião dos outros e sim a nossa opinião. Em nenhum momento assumimos que nossas opiniões constituem verdades absolutas. Porém, não acha que você está assumindo uma posição de alguém que ostenta saber tal verdade a partir do momento em que indiretamente diz que seus comentários não podem ser censurados?

    1. Eu vou complementar o que o Hermetic Mirror disse. Longe de concordar ou discordar, é interessante ressaltar que estamos todos no Reino, no Mundo. O que acontece aqui, vai ficar aqui em forma de pó e a única coisa que carregaremos, somos nós mesmos, ou, a Consciência.
      Exatamente a maior e talvez a única caridade que podemos oferecer: Consciência, aprendizado.
      Isto ninguém pode cobrar de ninguém. Talvez a caridade também entre na condescendencia de aceitar o outro e como ele enfrenta seu próprio Karma.
      Outro dia um mendigo que obviamente queria cachaça me pediu dinheiro, eu perguntei para o que era e ele disse que era para comida. Eu ri e não dei. Disse que só daria se ele fosse verdadeiro e pedisse cachaça.
      @jeffalves20 – De que adianta o aprender se não o utilizamos para o servir?

      1. Mas a consciência e sua oferta, ou, palavras boas que mudem a consciência alheia para um movimento de união e de amor já é uma grande caridade. Foi o que eu quis dizer, servir ao doar consciência. O aprendizado recebido e ofertado já é uma forma de servitude. O reverso da tua pergunta também é muito importante: Do que adianta o servir sem o aprendizado ?
        Seres complexos como somos nem sempre somos servidão e criação. Há de ter consciência e mente aberta ao aprendizado para poder servir o necessitado da melhor forma. No inevitável rumo à transcendência, consciência é a única caridade que muda o caminho de um indivíduo da passividade à atividade, creio.
        @jeffalves20 – Servir por servir, e não por algo em troca.

        1. Ainda creio que haja a troca. Se não houver sabedoria, consciência, a caridade pode atrapalhar ou o tempo dispensado em uma caridade sem sabedoria poderia ser usado para ajudar pessoas que realmente precisam e querem a ajuda, como no caso do mendigo, uma criança que quisesse comida. Soa engraçado mas, se houver consciência a caridade é mais ‘eficiente’.
          @jeffalves20 – Se você faz caridade pensando em algo em troca, deixa de ser caridade.

          1. Acho que eu naão fui claro. Eu particularmente nunca faço uma caridade pensando em receber algo em troca, mas inevitavelmente eu recebo algo, compreende ? Não apenas pela resposta das boas vibrações em que você se coloca ao realizar um ato de bondade, mas porque em si o ato da caridade ensina. Na perspectiva de estarmos no Reino, não vejo caridade maior que a troca de consciência, que é amor em si, mas sempre que você oferece algo, você recebe. Há um aforismo Zen lindo, em que um mercador doa uma quantidade enorme de ouro para um Templo e depois requisita que seu nome seja lembrado e louvado e o ábade diz: “O doador que deve ser agradecido”.
            @jeffalves20 – Ótimo comentário.

  5. Resumindo: Até para ajudar é necessário sabedoria.
    Eu costumo usar como guia para minhas ações a seguinte máxima: Só ajudo quem QUER e quem MERECE ser ajudado.
    Como eu não sou o dono da verdade, se eu vejo que a pessoa sofre, mas, por orgulho, não fala. Eu entendo que é normal e tento ajudar do mesmo jeito. Mas, se a pessoa repele, ainda não é a hora. Ai eu deixo as portas abertas e espero ela procurar futuramente.
    Os resultados tem sido positivos (principalmente na parte de não arrumar Karma negativo para mim, ajudando quem não devo).
    Abraços.
    @jeffalves20 – Aí eu te pergunto: como saber se alguém realmente merece ser ajudado?

    1. Quer dizer entao que um alcolatra ou drogado nao e nessecitado? Ou nao seria esses os mais nessecitados.? Talves o problema nao esta nas pessoas que pedem mas sim nos doadores ou caridosos…eu lamento muito quando um mendigo me pedi ajuda e a unica coisa que tenho pra oferecer e dinheiro como se esse fosse a solucao pra tudo…sera que esses vem ate a nos para pedir ou doar oportunidades.
      @jeffalves20 – Em algum momento foi dito que eles não eram necessitados?

    2. mexe o traseiro = merece.
      não mexe = não merece.
      se lembra, “ajudai-vos que eu vos ajudarei”?
      no mais, bom texto.

  6. Estamos muito acostumados com o “amor” substantivo. Não digo que não seja necessário, pois geralmente ele precede a ação, mas precisamos desenvolver o Verbo correspondente, que é movimento, atitude… Nada fácil, quando deve ser direcionado a Tudo, inclusive à essência divina que reside dentro das pessoas que se levantam contra nós… não gostar da máscara, mas “amar” o que está escondido debaixo dela é uma coisa complicada e necessária.
    @jeffalves20 – Amar por amar.

  7. Ótimo post, Concordo plenamente com ele… Parabéns, termos que ter o máximo de empatia possível.

  8. Caridade seria um assunto tão simples, não fosse a complexidade dos pontos de vista. No meu ponto de vista existem pessoas e existem pessoas. Ha desigualdade em todos os generos: economicamente, culturalmente, intelectualmente e por que não, graus evolutivos. Ou seja, existem pessoas que merecem ser ajudadas para conseguir chegar ao proximo nivel de não mais ser ajudada. E existem pessoas acomodadas e que não conseguem ter um minimo de dissernimento de ideias e reflexão, ou seja, estão vivendo por viver… Essas pessoas, por mais que você as ajude, não conseguira sair dessas muletas que nos mesmo criamos. Essas pessoas estão jogadas a propria sorte. Por que então pessoas saem do mesmo ambiente, contaminado do que ha de pior no mundo e 1 vira medico e o outro morre aos 19 anos porque era traficante?
    Sobre o Karma, acho mais complexo ainda, pois não existe uma definição realmente de que somente fazendo o bem você junta “pontos positivos”. Tudo depende do objetivo… Não gosto de pensar por esse lado, mas existem pessoas que foram condicionadas a matar determinadas pessoas, mas nem por isso ele terá um karma negativo. Ele foi condicionado para isso.. era o objetivo dele…
    @jeffalves20 – Não diria que é questão de sorte, mas de escolhas.

    1. Destino, Karma Magia, e Reencarnação
      Um dos grandes mistérios para muitas pessoas é o que acontece com eles depois que morrem. Muitas pessoas temem o que os espera, a partir do vazio para o inimaginável, o povo filosofa e especula. Infelizmente, poucos têm a coragem de ir ver o que realmente ocorre, não há de se matar, aprendendo os segredos da magia e projeção astral. Fazendo isso você aprende muito sobre a “vida após a morte.” Para um dos últimos post no blog sobre a magia que eu escrevo, eu lhe direi qual é as últimas coisas que ocorrerá com vocês.
      Primeiramente amigos, vamos olhar para a magia rapidamente. Nós todos sabemos que a aplicação da imaginação e da vontade é que nós criamos a mudança dentro do universo. Simples, mas poderosa idéia. Agora, considere todas as fantasias que você tem, digamos que você é pobre. Você senta lá com fome desejando, imaginando, desejando para se alimentar, ter riqueza confortos. Compreensivel!
      Você continua pensando em si mesmo sobre como você deseja ser rico, dia após dia. Bem, talvez nesta vida de trapos você não tenha nenhuma oportunidade real para desenhar essas riquezas para você, talvez seja preguiçoso e não se dedica a nada nem a si mesmo. Então vamos até a morte. Agora que você está morto você vai gravitar para um reino dentro do astral que se adapta às suas vibrações pessoais. No entanto, você criou uma tensão enorme de desejo para uma coisa “Riquezas.” O universo foi morrendo de vontade de liberar essa carga e, finalmente, ele pode. Assim, a força de sua carga, eventualmente, te arrasta para baixo a ser encarnado novamente. Em que ponto você vive agora em, um estilo de vida muito rica. Você come bem, veste bem, etc … No entanto, por algum motivo você se sente nervoso com a sua riqueza. Você tem que trabalhar muito duro para se manter rico e você se sente desgastado. Você começa a ansiar por uma vida simples, com menos preocupações e cuidados, perfeitamente livre. Em sua próxima vida, nasce pobre de novo.
      Agora é claro que você não pode ir para frente e para trás como uma batalha de ping-pong espiritual, mas a idéia é a mesma. Nós criamos esses anseios e desejos de coisas que adiamos para o futuro. Isso cria uma força poderosa que arrasta-nos para uma encarnação determinada a cumprir toda essa potência e desejo. É por isso que alguns ficam aqui por muito tempo, aprendendo um pouco e no final desejando pouco. Sabendo isto nós temos poder. Realmente construir uma vida que vai ser benéfico e bom para você. Meditar e se concentrar nas coisas que são verdadeiramente edificante para o seu ser. Isto é uma longa visão mágica, a criação de mudança intencional para si mesmo no futuro, em outra vida. Alternativamente, se você é uma alma antiga, e sente que aprendeu suas lições na escola da vida, você pode estar sempre atento ao divino nos reinos mais elevados. Certifique-se de seus desejos para o reino físico são banidos! Por isso, o budista prega o não apego. Não é que assim você não vai ter coisas boas, é que assim os seus desejos não o forçe a ter que reencarnar para que eles sejam realizados novamente.
      Isto é o que karma é, é causa e efeito. Você cria as causas e, em seguida, o efeito deve cumprir. É por isso que não há juízes no escuro das nuvens que querem te punir, somos nós apenas aprendendo lentamente a partir de nossas escolhas, desejos e experiências. A mente é eterna, neste exato momento você é a soma de todas as suas vidas passadas, erros, glórias, trabalho e crenças. Somos construidos sobre momentos. É por isso que devemos viver no agora. Nem no passado nem no futuro devemos viver. Experimente você mesmo essa realidade, neste exato momento. Tente pensar mais alto e nos melhores pensamentos. Esses pensamentos sobre condensar o tempo e ganhar impulso para criar efeitos em sua vida. Não há castigo ou recompensa, só você trabalhando na magia de viver.
      Texto do Justin, retirado do blog dele
      http://justinbthemagician.blogspot.com/2009/07/karma-everyday-magic-reincarnation-and.html

  9. Tenho para mim que fazer caridade, é ajudar a todos sem esperar do próximo algo em troca. Uma atitude esperada de quem vê no próximo um pouco de si. (eu ainda chego lá, um passo de cada vez…)
    Uma idéia que eu sempre passo a frente: doar sangue.
    Abraço irmão
    @jeffalves20 – Um dia conseguiremos transformar o chumbo em ouro.

  10. “Melhor para mim é a côdea de pão que o pobre me dá,
    e melhor sua mão que me abençoará,
    ainda que de mãos vazias de sua porta me deva afastar.
    As esmolas que só com as mãos são ofertadas,
    não são as verdadeiras.
    Inúteis são o ouro e as riquezas dadas
    apenas como um dever a cumprir.
    A mão, porém, não consegue a esmola abarcar,
    quando vem daquele que reparte o pouco que tem,
    que dá o que não é possível visualizar.
    – esse fio de beleza que tudo sabe unir,
    que tudo sustenta, penetra e mantém –
    O coração ansioso estende a mão
    quando Deus acompanha a doação,
    alimentando a alma faminta,
    que sucumbia só na escuridão”.
    Mas, e Sir Launfal? Com esse modo de pensar poderia esperar alcançar sucesso e encontrar o Graal? É claro que não. Só encontra decepção sobre decepção e, por fim, retorna a seu castelo, desalentado e com o coração humilde. Aqui, depara-se novamente com o leproso, mas, ao vê-lo,
    “Seu coração era só cinza e pó.
    Ele partiu em duas, sua única côdea de pão,
    ele quebrou o gelo da beira do córrego
    e ao leproso deu de comer e beber pela mão”.
    Tendo cumprido seu ato de misericórdia, recebeu a recompensa:
    “Não mais o leproso ao seu lado se curvava Mas, à frente dele, glorioso se levantava”.
    E a voz, ainda mais doce que o silêncio, disse:
    “Vê, Sou Eu, não temas!
    Na busca do Santo Graal, em muitos lugares
    Gastaste tua vida, sem nada lucrares.
    Olha! Ei-lo aqui: o cálice que acabaste de encher
    com a límpida água do regato que Me deste de beber.
    Esta côdea de pão é Meu corpo
    que foi para ti partido.
    Esta água é Meu sangue
    que na cruz por ti foi vertido.
    A Santa ceia é mantida, na verdade,
    Por tudo que ajudamos o outro em sua necessidade.
    Pois a dádiva só tem valor
    quando com ela vem o doador
    e a três pessoas ela alimenta assim:
    ao faminto, a si própria e a Mim”.

  11. Ótimo texto. E ele ficou ainda mais rico com os comentários e opiniões. Penso ou já pensei em alguns momentos da mesma forma que alguns se expressaram acima. Hoje procuro não exigir satisfação sobre o que doei ou fiz. Mesmo no ato que aparentemente é repelido, desprezado, em muitos casos debochado, mesmo nas palavras que não parecem surtir efeito, acredito que há um processo. Atos e palavras caridosas ecoam, viram memória, podem ser em um futuro distante ou próximo um catalisador de mudanças. Como ter certeza da real dimensão deles? Querer controlar e “gerenciar” seus efeitos e consequências me parece uma exigência do ego. É subordinar o suposto amor dado a expectativas… Quem ama, ama. E isso lhe basta.

  12. Acredito que caridade é algo racional, vc faz parte de um sistema, se vc não ajudar o sistema de algum modo ele vai se deteriorar e vc vai junto.
    @jeffalves20 – Em algum momento foi dito que era algo racional?

  13. Há um problema sério na concepção da caridade que vejo muito em discursos desse tipo, que é o “Fazer o bem sem ver a quem.” Vamos usar uma metáfora já consagrada pelo nosso ex-presidente. Dê um peixe a um pescador que ele irá usá-lo como isca para atrair peixes maiores. Dê um peixe para quem não sabe pescar e ele vai comê-lo todo e, quando a fome apertar de novo, vai procurá-lo para que você dê um outro peixe. O mesmo posso dizer da vara de pescar.
    A caridade pode muito bem não fazer bem a ninguém: nem a quem faz nem a quem recebe. Ela pode, com todas as boas intenções do mundo, criar uma relação de parasitismo que enfraquece o doador e desestimula o parasita a deixar de sê-lo. Para que trabalhar para comer se há “sopões” para moradores de rua? Se há campanhas do agasalho? Se há abrigos? Se há esmolas? O caminho mais fácil é sempre o preferido.
    Agora, se você quer ajudar alguém realmente, dê a vara de pescar a quem quer realmente usá-la. Dê conhecimento. Dê educação. Faça campanhas de conscientização. Mais que comida, abrigo e agasalho, necessidades imediatas, as pessoas precisam de consciência, conhecimento e apoio para efetuarem mudanças verdadeiras e significativas na sua própria vida. Não é difícil reconhecer quem tem real capacidade de crescer e precisa apenas de um impulso inicial, de uma ajuda, de um apoio. Só que há pessoas (eu diria a maioria) que preferem pedir esmola a trabalhar, esmolas financeiras, intelectuais, morais e espirituais. Principalmente enquanto houver caridosos que, com todo o amor do seu coração, alimentem esses parasitas.
    @jeffalves20 – Perfeito. Ao invés de dar dinheiro, por que não dar condições para que um indivíduo desenvolva sua VV, por exemplo?

  14. O significado e prática da caridade vem me intrigando há algum tempo, principalmente porque creio que a prática dessa virtude é indispensável para o sucesso de qualquer evocação angélica feita de acordo com o estilo tradicional salomônico.
    Suponho também que para evocações de espíritos terrestres ou infernais, a prática da caridade ajudaria o operador a ter mérito para conseguir manter as entidades sob controle.
    Procurei o significado da palavra “caritas” em vários dicionários online latim-inglês, e descobri que, na teologia cristã, “caritas” é equiparado ao termo grego “agape”, que significa o “amor-bondade sem limites a todas as pessoas, tal como o Amor de Deus”.
    Tendo isso em mente, concluí que o significado dessa palavra, foi explanado por Nosso Senhor Jesus Cristo quando Ele diz: “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros.”
    Na minha interpretação, isso quer dizer, que na prática, exercer a caridade é “tratar todos os outros como irmãos”.
    No exemplo do cachaceiro que pede dinheiro para se embebedar alegando que vai comprar comida, o mais correto seria se perguntar, antes de dar dinheiro o seguinte: “o que eu faria se esse cara fosse o meu irmao?”.
    No meu caso, se quisesse praticar a caridade, eu oferecia a ele um prato de comida, mas não daria dinheiro vivo para sustentar o vício alheio.

    1. Henrique,
      A noção de Individualidade e individualismo é uma “conquista” recente.
      Por quê entre aspas ? Por que, depois de muita evolução coletiva, desandamos e vivemos sozinhos na multidão.
      Todas os parâmetros atuais de sucesso são individuais. Eu tenho. Eu faço. Eu cobro. Eu sou. Eu apareço.
      É difícil até mesmo conjugar a primeira pessoa do plural.
      Só que somos “muito mais do que um”. Caridade tem a ver com isso. É outra pessoa. E também é um pedaço da gente.
      Trabalho com saúde, e hoje mesmo me queixava com a minha esposa, da bizarrice da tal “humanização da saúde”. QUEM É QUE DESUMANIZOU ELA ? Quem foi que transformou os enfermos em “coisas” ? Os acompanhantes em “chatos” ou “loucos” ?
      “No alto, tocamos e somos tocados por todos”. Sermos um só, não é apenas “figura da linguagem”, como pode parecer até mesmo quando oramos solenemente.
      É essa a chave da “caridade”, que ao mesmo tempo é tão simples, mas tão fora da compreensão no individualismo de hoje.

      1. Ouvi uma vez que antes da “caridade” (no caso, dois conceitos parecidos, Tikun e Guemilut Chassadim) vinha a necessidade de nos conectarmos com os outros. Somos feitos de pedaços quebrados que precisam ser recompostos (Tikun) e, ao consertarmos um pedaço quebrado em nós mesmos, consertamos ao mesmo tempo esse pedaço nas pessoas conectadas a nós.

  15. Enquanto tivermos a pretensão de julgar a capacidade de compreensão do próximo, suas intenções ou seu comportamento, não haverá caridade.
    É uma questão complexa, porém não se pode desprezar que existem moradores de rua que realmente necessitem dos “sopões” e “agasalhos” e que essa situação é provisória.
    Deixar essas pessoas à sua própria sorte não me parece prudente.
    Deixemos que o criador faça os julgamentos, pois na hora do “acerto” cada um responde opr seus atos.
    @jeffalves20 – O problema surge quando sabemos a intenção do próximo por conviver com ele.

    1. Prezados, ao meu ver é impossível viver sem julgamentos. Vou dizer o motivo.
      Nós julgamos o tempo todo. E precisamos ser assim. Julgamos pessoas, fatos e idéias. Julgamos réus em juízo quando cometem crimes, quando pleiteiam uma ação, quando são processados. Julgamos pessoas com as quais convivemos, nos aproximando daqueles com quem temos mais afinidades e nos afastando dos que achamos que podem nos fazer mal.
      Julgamos pessoas ao escolhermos os futuros prefeitos, governadores e presidentes. Julgamos idéias quando verificamos se concordamos ou não com as palavras de alguém. Julgamos mesmo sem saber que estamos julgando, pois precisamos tomar decisões quanto ao que é ou não é bom para nós e para aqueles que nos são caros. O julgamento não é apenas inevitável, ele é fundamental.
      Quanto ao tema do texto e seu comentário, Morpheu, tenha a curiosidade de verificar entre os indigentes da sua rua quantos realmente levam aquela situação como provisória e quantos estão assim há muitos anos. Não é difícil descobrir, basta conversar com os vizinhos que vivem no mesmo endereço há mais tempo. Tem gente que transforma a mendicância em um modo de vida. “Ah, mas cada caso é um caso, não cabe a nós julgar.” Devemos então alimentar esse modo de vida?
      Cabe a nós sim fazer juízo de valor do valor dos outros, da sua capacidade de compreensão, das suas intenções e do seu comportamento. Cabe a nós fazermos juízo de valor segundo os nossos valores, as nossas leis internas, a nossa consciência. O que não nos cabe é achar que esse julgamento é absoluto e infalível. Não somos os donos da verdade, eu concordo, mas somos os donos da NOSSA verdade. Podemos, e iremos, quebrar a cara muitas vezes, mas isso faz parte do amadurecimento. Ser indivíduo é ser responsável pelos próprios julgamentos. Abrir mão disso é abrir mão do próprio discernimento.
      @jeffalves20 – Vou deixar um exemplo para enriquecer a discussão. Minha professora de Parasitologia Clínica quis ajudar um morador de rua que tem elefantíase e fica pedindo esmolas no sinal. A ajuda que ele iria fornecer era o tratamento para a patologia. Ele não quis ser tratado porque disse que a doença dele era a sua fonte de renda…

      1. todos julgamos. ponto. nem sei se é póssível não julgar rs.
        o problema não é julgar, e sim condenar. tem muita gente que gosta de ser juiz.
        abraço

  16. A caridade é o próprio salvador de nossas almas, porque falo isto.
    Quem pode ser mais caridoso do que quem estava na gloria eterna e reinava, e por pecadores a qual não mereciam nem se quer existir, ele se fez carne para abitar em um lugar como este de mortes e maldades, e mais ele ensino e curou pecadores perdoou a quem o matou o crucificou, eu pegunto novamente quem pode ser tao caridoso quanto ele ?
    A caridade e você sair de seu lugar de conforto e não olhar a quem mais ajudar até mesmo seu pior inimigo sem querem gratidão ou reconhecimento por isto.

  17. A censura nada mais do que a forma mais baixa de castrar o livre arbítrio alheio. Ainda mais numa mídia como a internet, que deve plenamente livre. Se ele não quer receber comentários no blog sobre o que escreve, pare de escrever. Agora o que acontece é que ele percebeu que meu comentário desconstruía totalmente o que ele falava em seu post, e não teve nem coragem suficiente de admitir o erro e nem criatividade suficiente para contrapôr meu argumento.
    @jeffalves20 – Se eu realmente quisesse censurar comentários, eu teria aprovado o seu? Já pensou em rever suas aulas de interpretação textual? A maior parte de seu “argumento” foi contra algo que nem sequer citei em meu texto… Sugiro alguma atividade introspectiva a você. “Por que vedes um argueiro no olho do vosso irmão, vós que não vedes uma trave no vosso olho? Ou como dizeis ao vosso irmão: deixai-me tirar um argueiro do vosso olho, vós que tendes uma trave no vosso? Hipócritas, tirai primeiramente a trave do vosso olho, e então vereis como podereis tirar o argueiro do olho do vosso irmão“. (Mateus cap. VII, v. 3, 4 e 5)

  18. Dê um peixe para um mendigo faminto e ele terá alimento por um dia, porém se presenteá-lo com uma vara de pesca e ensiná-lo a pescar, esse mendigo terá alimento para o resto da vida.

  19. A caridade é um assunto tão complexo, mas tão complexo que é de amplitude cósmica.
    Vai desde o pão nosso de cada dia até Parabrahman.

  20. Vc que tá chapando. No meu último post nem reclamei de você. Reclamei da CENSURA NO HERMETIC ROSE, e você perguntou “Pq eu não poderia ser censurado?” e eu respondi.
    “Por que vedes um argueiro no olho do vosso irmão, vós que não vedes uma trave no vosso olho? Ou como dizeis ao vosso irmão: deixai-me tirar um argueiro do vosso olho, vós que tendes uma trave no vosso? Hipócritas, tirai primeiramente a trave do vosso olho, e então vereis como podereis tirar o argueiro do olho do vosso irmão“. (Mateus cap. VII, v. 3, 4 e 5)
    E Vc viajou tanto. E tu já ficou tão bravo. Que reclamou da minha capacidade de interpretar texto, mas você mesmo que se atrapalhou quando leu o meu!
    ^ sabia que vc iria postar isso. Leia seu texto todo, leia de novo essa bobagem de Jesus falou! Bobagem pq? Se meu irmão não consegue ver o espinho no olho dele, pq eu como seu irmão não posso mostrar a ele, mesmo não vendo o meu próprio. talvez vc entenda. Que nenhum dos dois têm a mínima importância. Vocês aqui não são ocultistas, são religiosos que gostam muito de estudar! Beijo abraço cheiro e fica com Eshu.
    @jeffalves20 – Realmente é muito difícil de argumentar contra este comentário… kkkkkkk

    1. “Se meu irmão não consegue ver o espinho no olho dele, pq eu como seu irmão não posso mostrar a ele, mesmo não vendo o meu próprio.”
      Talvez porque você deva primeiro ABRIR o SEU olho acerca da VERDADE para só depois poder AUXILIAR seu irmão a ABRIR o olho DELE. Como podes apontar algo que não vês? Se estás cego por suas paixões, como pode apontar as paixões de teu irmão? Tente tirar a farpa de seu olho e enxergar além das letras.

    2. Não tem nada a ver com esse post, mas estou postando como resposta, pois a frase “Vocês aqui não são ocultistas, são religiosos que gostam muito de estudar!” me fez refletir sobre algo que estou percebendo aqui no TDC.
      Desde começaram as colunas aqui no TDC, eu achei que o blog ia evoluir muito, pois com posts mais constantes, há mais discussões e abre mais espaço para o aprendizado.
      Isso de fato está acontecendo, mas o foco mudou.
      O ponto é, sobre o que é o blog? Sei que não é uma resposta única, pois existem muitos temas aqui, mas creio que todos eles estão beirando o ocultismo.
      Filosofia não é ocultismo, Psicologia não é ocultismo, a Ciência Ortodoxa não é ocultismo…
      Ai vem a resposta OBVIA, claro que tudo isso tem espaço em um blog de ocultismo, pois todos esses assuntos se envolvem muitas vezes de maneira DIRETA no ocultismo. Um bom exemplo é o post do Igor, que é Psicologo. http://www.deldebbio.com.br/index.php/2011/08/25/invocando-os-deuses/ Foi um post muito bom, que não falou de maneira direta sobre a Magia, mas fez uma relação direita sobre o estudo dele que é Psicologia e a Magia Pratica.
      Estamos todos aqui beirando o ocultismo, mas apenas filosofando sobre ele. Ninguém está falando sobre ocultismo propriamente dito, muito menos sobre Magia Prática.
      Gosto muito dos posts de todos os colunistas, todos estão abrindo cada vez mais horizontes aqui no TDC, mas creio que estamos com muitos horizontes sem um foco no que realmente deveríamos.
      @jeffalves20 – O problema está no conceito de Ocultismo. Filosofia, psicologia e ciência ortodoxa realmente não são o ocultismo, mas vale ressaltar que as primeiras escolas iniciáticas estudavam os Mistérios Maiores e Menores com um enfoque místico-filosófico. De fato, é notório que a maioria dos grandes cientistas do passado eram ocultistas. Embora sejam coisas diferentes, não se deve dissociar ocultismo das ciências – o próprio ocultismo pode ser denominado “ciências ocultas”. Como coloquei em um post anterior, existem vários caminhos para o mesmo fim e cada pessoa possui aquele que se sente melhor. Uns podem achar que para ser ocultista deve-se ter um enfoque excessivo em Magia Cerimonial, outros em muita teoria. Ocultismo não se resume à Magia Prática. Não adiantaria nada saber tudo sobre magia cerimonial e não conhecer nada sobre si mesmo – deve haver o desabrochar da rosa sobre a cruz, independentemente do foco que assumimos. As várias colunas fazem algo similar – você provavelmente tem aquela que mais gosta, a mais “próxima” de seu caminho, já que cada um colunista possui um enfoque diferente. Qualquer coisa, estou aberto a sugestões para próximos posts, desde que os mesmos sigam o que me dispus a postar nesta coluna.

      1. Vale lembrar que, até pouco tempo, quem queria ser “filósofo” precisava se formar também em uma “ciência hard”. Por exemplo, precisava cursar filosofia e física. Pois pensar sobre um assunto não é suficiente para entender o mundo, é preciso entender como interagir (palavra da moda?) com o mundo e como as coisas do mundo interagem entre si.
        Entendo que esse tipo de formação – mantendo um chakra nas estrelas e outro aterrado – é essencial para exploração deste mundo.

      2. @Jeff
        Concordo completamente com o que você diz. Como eu disse em meu próprio comentario. Todos esses assuntos abordados pelos colunistas, tem relação com a Magia e são muito importantes.
        O que eu quero dizer é que estamos todos beirando a Magia, mas ninguém fala propriamente dela. Não há ninguém falando sobre Astrologia, Tarot, Autoconhecimento, Kaballah, Rituais, Ioga e outras trilhões de coisas. Estão todos apenas filosofando sobre esses assuntos.
        @jeffalves20 – Novamente, o problema é o conceito. Ocultismo não é só Astrologia, Tarot e cia. Porém, gostei muito de seu comentário e abri discussão sobre isto com os outros colunistas.

        1. De fato, concordo que falta um pouco ao blog posts mais detalhados sobre astrologia, tarô e magia prática, e gostaria de vê-los. Porém, acredito que isso também se deva ao fato de que o TdC não tem como objetivo “formar” ocultistas ou treinar ninguémn, acredito que o objetivo é gerar curiosidade para que cada pessoa busque os conhecimentos que deseja por conta própria. No máximo, acredito que a intenção seja dar uma esclarecida, para que as pessoas consigam julgar melhor o que presta e o que não presta, na hora de escolher seu caminho.

      3. já havia reparado isso.
        é pq o blog antes falava sobre o ocultismo em filmes, simbolos alquimicos, a história de certas ordens, religiões, etc. atualmente o TDC está mais na vibe de comentar a respeito de conceitos, livre árbitrio, etc. não que eu não goste, mas sinto um pouco de falta de posts falando sobre goécia, umbanda, a história do martinismo, fraudes no ocultismo, mitologia, etc.
        @jeffalves20 – Não coloque o carro na frente dos bois. Como já disse, a discussão foi levantada com os outros colunistas. No meu caso, a coluna O Alvorecer inicialmente está falando de coisas bem básicas. No entanto, é válido ressaltar que você não encontrará esoterismo num blog…

        1. Pessoal, vocês tem que parar de querer pegar as coisas mastigadas… Meu post fala implícitamente do estado de Tipheret. Mas até agora poucas pessoas entenderam pois não queria escancarar as portas… Os textos aqui postados são para forçá-los a pensar, e não pra “explicar”. O Caminho é trilhado unicamente pelo Buscador.
          P.S.: O meu outro comentário foi apenas pro Hermeticmirror.

    3. Poderíamos começar a analisar o mapa astral destas criaturas. Será que daria um post digno de um “ocultista”?

  21. Boa noite!
    Muito bom o texto!
    Gostaria de compartilhar um texto que encontrei hoje. Estava estudando e me deparei com um enunciado bem interessante.
    “A diferença que existe entre a arrogância e a humildade é muito tênue. Se considerarmos o processo de análise reflexiva diante da constância das mudanças pelas quais os indivíduos passam no decorrer de suas vidas, poderemos identificar dois aspectos interessantes. O primeiro refere-se à necessidade intrínseca das pessoas de se compararem umas com as outras – resultados, posses, comportamentos, desempenhos, belezas, dentre várias outras questões. O segundo, e não menos importante, é a dificuldade que o ser humano tem em olhar para dentro de si e refletir sobre as questões apontadas anteriormente, comparando-as entre si em momentos distintos da própria vida. Quando olharmos para fora e nos compararmos com os outros, estaremos estimulando nossa arrogância; quando olharmos para dentro e nos compararmos com nossas próprias ações do passado, estaremos estimulando nossa humildade.”
    Abraços!

  22. Vê-se, principalmente nos exemplos acima, que são os mais próximos,uma busca por entendimentos, consequencias e um certo poder e controle sobre as decisões do próximo, no caso dos que são ajudados. Triste ver como um gesto tão simples, como dar atenção, um simples abraço ou poucas moedas a quem precisa sempre é feito esperando algo em troca… Lamentável. Perde-se nisso o sentido da caridade, no que tange ao amor ao próximo, e amar ao próximo como a ti mesmo, ou seja: amar a si próprio, conhecer a si próprio, assim pode-se amar e entender o próximo. Outro é a compreensão da verdadeira intenção em cada ato, não dar esmola pra dois ou tres maltrapilhos durante o mês e terá seu nome na lista dos bons samaritanos, é viver de forma plena, compreendendo seu papel e o papel do próximo, mesmo que não seja compreensível. Muitas vezes o que muitos buscam é um pouco de atenção, de afeição, ou de esperança, muito mais do que alguns centavos para comprar um pouco mais da fuga que o tem tirado da dura realidade para algo um pouco mais suportável. Entender que o ato da caridade é um ato para fora, que parte de você, mas para dar algo, você deve ter mais do que precisa, e isso inclui não só moedas, mas também carinho, afeição, esperança e porque não amor. “Eu digo-vos: a todo aquele que já possui, será dado mais ainda. Mas àquele que nada tem, será tirado até mesmo o que tem.” Pois a magia não é a manipulação da Vontade, da Intenção do magista? Todo ato consciênte é um ato mágico, segundo Crowley, portanto tudo o que se faz com consciência tem efeito sobre todos os planos em maior ou menor grau, e não está limitado apenas a matéria. E não é Malkhut, o Reino, a seintese das sephira superiores, um reflexo de tudo o que há no mundo? Então não é falso dizer que temos perto de nós a plenitude do universo, se vives no eden, ou nos portões do Hades, é você quem escolhe. Perde-se o sentido verdadeiro da fé: que é a priori acreditar, amar, mesmo que cegamente, no sentido de não esperar nada em troca, jogar a semente e deixar que o mundo faça o resto, quem sabe se na volta não terás uma árvore com lindos frutos? A semente que jogas hoje, poderá ser a sombra que te protege amanhã. Não é falsidade, nem fraqueza, muito menos ingênuidade, é despir o véu do mundo, tirar a máscara pesada que cobre as faces de seu senhor, e ver ali a santidade, não é, pois, Deus quem muitas vezes viaja como mendigo para testar a fé dos homens? O Bobo do Tarot é a essencia divina mais pura, talvez até infantil, se bem trabalhada, terás sim, parte do reino dos céus. Intenção, Vontade, Fé, mas sem amor, nada se faz, nada prevalece. Façam boas obras, cumpram sua Verdadeira Vontade, não consigo ver como ingênuo o fato de semrpe acreditar na essencia divina das pessoas, uma pena que muitos ignorem essa herança.

  23. “[…]Será que ao fazermos isto fomos caridosos se a nossa esmola na verdade não beneficiou o outro?
    A intenção de ajudar o outro, com benevolência e boa vontade, sem segundas intenções, é o que vale nesses casos. Porém, se sabemos que aquela esmola vai constituir algo ruim para aquele em que ajudamos, acabamos por gerar carma negativo a nós.[…]”
    Concordo que a intenção de ajudar o outro, com benevolência e boa vontade, sem segundas intenções é essencial, mas somente intenção não basta. É preciso buscar sabedoria e compreensão, assim você vai realmente saber quando e como ajudar verdadeiramente uma pessoa. É preciso agir com responsabilidade e prudência. Não buscar isso é querer se proteger na ignorância e na “boa intenção” como justificativa pra cometer as maiores besteiras. “De boas intensões o inferno está cheio”. pois é.
    Outra coisa que eu vejo muuuito por aqui é isso de agir ou deixar de agir por causa do karma “negativo”. No meu modo de ver isso é buscar altruísmo agindo com egoísmo. “Se não for interferir no meu karma eu ajudo, senão não”. Até pode ser, mas se isso for usado como fator decisivo nas escolhas pra mim tem algo de errado aí.
    Karma tem a ver com aprendizado, com o que você É, com o que tem a aprender, não com o que você FEZ.
    Fez “errado” e aprendeu, ótimo, mais um passo. Fez e não aprendeu, experiências virão, advindas do processo do karma. Não fez por causa do karma “negativo”, experiências virão também. Até porque fazer ou não fazer por medo do “bicho papão do karma” não é aprendizado, não é fazer por reconhecimento, então sinto dizer que o bicho papão vai vir te pegar de qualquer jeito, até você aprender realmente porque deve ou não fazer as coisas. Enquanto a desculpa do karma for pensada pra tomar decisões certamente ainda existe um medo escondido por aí.
    Karma negativo e positivo….perece deus e diabo. Se fez certo tá botando na conta do positivo…fez errado bota na do negativo. É igualzinho garantir um lugarzinho no céu ou no inferno dos evangélicos…só mudou de nome.
    Falar karma negativo e positivo é igual a falar morte negativa e morte positiva..não faz sentido. Karma é só um processo…só isso.
    Faça o que reconhecer que é o certo a fazer. Simples assim.
    Abraços
    @jeffalves20 – Disse que geraria carma negativo, mas não disse que se deveria negar a fazer. Eu POSSO gerar conscientemente carma negativo para mim por interferir no carma do outro, por exemplo. Até mesmo os mestres, em ocasiões especiais, faziam isto. Isto já foi debatido num outro post meu. O carma não é um bicho papão, é apenas a aplicação da lei. Não pode ser usado como justificativa para a ação ou para a não ação. Dê uma olhada novamente neste post, livre da vontade de querer corrigir alguém, ou até mesmo em outros posts mesmos, leia o texto como um todo e não só como fragmentos soltos, e verás que sua interpretação sobre o que foi passado no texto está equivocada.

    1. Oi Jeff
      O que escrevi sobre karma não foi especificamente sobre o texto, mas peguei esta passagem pra falar sobre algo que eu vejo muito aqui no blog.
      Comungo plenamente que ele é apenas a aplicação da lei. Então o que seria karma negativo?
      @jeffalves20 – Falamos positivo ou negativo para ficar melhor de compreender. Na verdade é simplesmente carma, a aplicação da lei. O que chamamos de negativo é toda aquela reação que para nós constitui algo ruim. Também podemos chamar de carma negativo aquilo que não tem fim evolutivo – é algo contra a evolução. O problema é que até mesmo o carma negativo tem um fim positivo e o que hoje possamos achar que seja algo ruim pode ser dito bom em outro dia. No fim, acontece a aplicação da lei, a reação. Chamar de bom ou ruim é apenas nos apegar a conceitos antigos ou apenas para fins de compreensão. Carma negativo é algo que deve ser evitado? Não, você pode evitá-lo. Você sabe que reagir a um assalto estando desarmado pode culminar numa reação fatal para você. Porém, você pode se sair bem nessa situação, o que é pouco provável. O normal é evitar reagir, mas você pode reagir. A sua escolha culminará em reações, que embora possam ser ruins sempre constituem experiências valiosas.

      1. olá jeff.
        então…ao meu ver essas expressões complicam e podem provocar mais desentendimento ao invés de ajudar.
        carma é o processo que nos traz experiências. estas é que são qualificadas como negativas ou positivas pelas pessoas, não o carma.
        fazendo uma analogia ridícula rs, é como dizer que a gravidade (atração entre os corpos) é negativa pq um vaso caiu na minha cabeça e positiva se um presente cai do céu (não consegui pensar num bom exemplo rs)… as experiências é que foram qualificadas como positivas e negativas segundo minha visão relativa das coisas, não a gravidade.
        mas bem…cada um caminhando por (e com) sua razão.
        abraços!

  24. quando se impede a existência do carma negativo, como prevenção, acaba-se interferindo na vontade…
    Sobre a discussão dos temas abordados no blog, gostaria, como muitos já disseram, de ver conceitos um pouco mais práticos, alguns exercícios e mais histórias que só aqui podemos encontrar.

  25. Soube da discussão neste post, mas me abstive de comentar.
    No entanto, direi de forma breve o que acredito.
    Eu tenho procurado evitar nos meus posts dar as respostas de forma fácil.
    Em meu texto citado (Invocando Deuses) original havia uma parte prática, onde explicava passo a passo como se deve fazer um ritual. Mas pouco antes de postar apaguei. Por que?
    Eu refleti comigo mesmo: nenhum mestre nunca me deu as respostas de forma fácil como eu estava fazendo. Se eu sei o que sei, foi porque fui atrás sozinho. E agradeço muito a todos eles, pois eu construí meu conhecimento, mesmo que ele seja imperfeito.
    Tenho colocado implicitamente muitos conceitos em meus textos. Principalmente da área que mais gosto, que é a Chaos Magick. Questionamentos, quebra de paradigmas, anarquia… Procurem pelos “Easter Eggs”.
    Eu procuro sim fazer uma interlocução com outras formas de saberes, pois acredito que nenhum conhecimento é capaz de responder sozinho aos nossos questionamentos. Se faz isso, é religião.
    Outro hábito que possuo é sempre por no final dos meus textos as “Referências”, bases teóricas em que estou discursando, para vocês próprios irem atrás se tiverem interesse.
    Agradeço pelas críticas, elas são importante para nós.
    Qualquer um que queira conversar, dar opiniões ou criticar, estou disponível em artigo19sac@gmail.com
    Abraço,
    Teo

  26. A caridade realmente é desafiadora… Principalmente quando fazemos contra nossa própria vontade. Que alias, as vezes acredito que não deve ser feita, pelo menos não desta forma.. Pra mim, convencer uma pessoa a práticar atividade física é uma forma maior de amor do que muitas vezes alimentar alguém (muitas vezes com alimentos tóxicos, que sabemos muito bem que causa efeitos negativos no corpo.) Mas quem sou eu para julgar o melhor ou pior? é apenas minha percepção através das experiências que tive em vida. Desafiador amar a Deus, pois de fato, não o conheço. Quando faço caridade, faço primeiramente porque me sinto bem, me faz bem, sendo reconhecido ou não, fazer caridade me faz bem, obviu, quando eu estou em sintonia com o self. Por que sempre estamos fazendo algo ao próximo, as vezes nos anulamos. Se eu me sinto gratificado e contente, acredito que isto está agradando também a Deus, pois se ele é tudo, ele também sou eu. Enfim, só questiono, questiono e leio, e leio, e aos poucos as coisas vão tomando seus devidos lugares..

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