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Satanismo e Luciferianismo

Atualizado: 21 de abr. de 2022



Duas vertentes normalmente confundidas e postas no mesmo patamar, mas com diferenças singulares entre elas, o Satanismo e o Luciferianismo são filosofias irmãs, relacionadas a antigos mitos que foram incorporados pelo Cristianismo. Primeiro, vejamos o Satanismo. “Ha-Shatan”, do hebraico “O Adversário” é uma figura que podemos sincretizar com qualquer entidade opositora a ordem vigente, ou que flagele de alguma forma a humanidade, de forma não necessariamente maligna, mas com intuito evolutivo. Supõe-se mesmo que o ser citado na bíblia tenha tido base em algum cargo da época semelhante ao que seria hoje um promotor público, que apontava os crimes do povo ao governante local. A presença de tal entidade na bíblia se limita a isso. Punir, apontar erros e testar pessoas, como testou o “messias” de YHWH. É… nada de maligno nisso. Antes de surgir o cristianismo/judaísmo ou semelhantes, podemos associar a figura de Ha-Shatan com deidades como Tiamat, (suméria), Fenrir (Nórdico), Apep (egípcio), Shiva (hindu) entre muitos outros. Essa oposição à ordem vigente os tornava “satans”, adversários e acusadores. Tal oposição gerava batalhas, movimento, guerra, caos e consequentemente evolução através das dificuldades proporcionadas. Um papel nobre e imprescindível na criação seja em qual cultura estivermos falando. Portanto o Satanismo é uma doutrina de quebra de paradigmas (bem como no Tantra da Mão Esquerda) e oposição à ordem dominante. É um caminho onde o adepto testa a si mesmo e martiriza o próprio Ego, para evoluir através dos conflitos e dificuldades para chegar a um fim. É uma alquimia mental que transforma o adepto em algo superior, ao despertar a sua Chama Negra Interior. Já no Luciferianismo, a figura envolvida se espelha nos mitos de Lúcifer. Tais mitos seguem normalmente o roteiro de uma entidade que dissemina a “Luz” do conhecimento e da rebelião pelo resto da criação. Rebelião aqui no sentido de contestação e experiência empírica para comprovar fatos. Temos assim as deidades/entidades Luciferianas, normalmente figuras angelicais com toque de rebeldia, como Samael (Seraphim chamado “veneno de deus” que se rebelou contra o criador e deu sua “luz” ao homem na forma do fruto de Daath), Azazel (Anjo Caído que ensinou aos homens o segredo da Forja e dos cosméticos, líder da segunda rebelião), Prometeu (titã que roubou o fogo dos Deuses do Olimpo), Ahriman (que se rebelou contra Ahura Mazda e ensinou aos homens a feitiçaria Yatukih). O próprio Lúcifer é, originalmente, uma forma de se referir a aqueles que emanavam luz, e não uma única entidade por si. Um Luciferianista se espelha nestas entidades para sua filosofia e seu modo de agir e pensar. Ele deve conhecer ambos, Luz e Trevas em seu caminho, nunca se prendendo a nada e sendo livre para fazer o que quiser. O Luciferianismo é uma filosofia que busca a Sabedoria da Luz. Então qual a ligação de ambos, Satanismo e Luciferianismo, fora do recente contexto cristão? Bom, como disse certa vez um grande adepto de ambas às filosofias:

Os Túneis das Trevas revelam a Luz…

Simplesmente a Luz se torna muito mais brilhante quando observada de dentro do Abismo. Trevas e iluminação constroem o contraste necessário para enxergar o Universo e poder transcender seus limites. Satan é este Abismo, e Lúcifer a luz verdadeira. Através da união de ambos, se gera o contraste. Deste modo o Luciferianismo é inserido como parte essencial na doutrina do Adversário.

Existem no entando, correntes de Bruxaria Luciferiana independentes do Satanismo, o que permite que um exista independente do outro, mas sendo ambos de importante estudo para um adepto que almeje a evolução plena.

Malachi Azi Dahaka.

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