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O Sentido e o Sentir

Mais dias se passaram desde minha ultima postagem e muita coisa passou, muitos sentimentos voaram de um lugar ao outro. Tudo seguiu seu rumo como deveria ser.

Passei dias pensando no que escrever, um certo hábito interessante que normalmente morre no stress do meu emprego profano. Ossos do oficio é o que dizem.

Apesar de lutar contra o fato, ou ao menos da denominação, sou um artista, e como tal preciso de inspiração, motivação ou qualquer coisa que valha a pena criar, que me faça sentir aquela velha coceira nos dedos, e o sentimento irrefreável de buscar a lapiseira, o teclado, o teto do quarto para onde fogem os olhares deitado esperando o sono dominar o corpo. Impossivel registrar tudo, as vezes até impossivel de pensar em tudo o que vem à mente. Todo excesso passa.


Certos sentimentos vão e voltam, como aquela musica que você passa meses sem ouvir após enjoar de tanto tocar e de repente volta à mente, toca num carro que passa, invade à mente e devolve o velho sentimento, agora sob a roupagem da nova pessoa, uma nova interpretação, uma nova lição. E isso é lindo: aprender coisas novas com velhas fontes.

Irradiações fósseis à parte (como as lembranças de velhos barbudos ou de heróis que morreram de overdose) muitas são as fontes desses sentimentos, e acho que é realmente útil tirar o pó das velhas estantes, sejam elas de livros ou apenas de idéias que foram guardados ou esquecidos em cantos escuros, de uma estante ou mente.


Muitos são os exercicios de visualização, meditação e contemplação, muitas as experiências que se exigem, concentrações e simbolos que se decoram, se criam e acima de tudo: se sentem. Qualquer um já viu um pentagrama, qualquer um já teve todo tipo de interpertação ou sentimento vindo à mente à sua simples menção, seja para algum uso ou fim, ou apenas aquela curiosidade adolescente de ‘perverter a lei e a ordem’ com simbolos ditos negativos. Como a iniciação, ou qualquer ritual/exercicio/meditação ou mesmo alguma iluminação por parte de um Anjo/Demônio/Espirito/Afins a experiência pessoal se transforma à partir do que se sente, do que se percebe, e não é dificil notar que a percepção cresce à medida que se conhece mais, se pratica mais, se vive mais. É o velho Dado Empirico, cada experiência vivida, vista ou mesmo mencionada trás algo à tona, e está sempre associada a algum sentimento, a psicologia explica melhor do que eu poderia nessas poucas palavras. Toda experiência de contato com à divindade é unica, individual e intransferível, porque? Pelo sentimento, pelo que se percebe, é sempre unico, como é unica a combinação de fatores que faz você ser o que você é. Zeitgeist.


Pode-se sentir as mesmas coisas que seus irmãos, mas as conclusões sempre serão diferentes. Cabeças diferentes, conclusões e sentimentos diferentes. É como o mestre aconselhar e instruir o discipulo e ao ser questionado de como sabera que alcançou em fim o conhecimento necessário, à sabedoria exigida, o mestre apenas responde que quando chegar a hora ele saberá. Vago, mas real.


Mostre-me um magista que não medita e lhe mostrarei um fracassado. Deve-se conhecer a si mesmo, deve-se compreender o que ocorre no turbilhão que irrompe da própria mente, não dominar, mas conhecer para então submeter e suprimir o ego. Empatia. Sentir o que um irmão sente é de alguma forma também ser como ele, de estar mais próximo dele. Fazer sua Verdadeira Vontade, ter o universo à seu favor.

Deve-se ter confiança, mas não orgulho, força, mas ainda assim suavidade. Como o peixe que deslisa nas águas, ao dragão que corta os céus, ser parte do todo, sentir o todo sendo parte de si, Macrocosmo e Microcosmo. Discussões delicadas para mentes irrequietas. Conclusões que um dia chegam, mestres que um dia são compreendidos.

Assim é o caminho, assim são os sentimentos. Assim há a vida, assim há esperança, evolução, crescimento.


O verdadeiro mestre anda de cabeça baixa. Interessante pensar no porque.

P.S.: um dia eu ainda domino o turbilhão de palavras que se deixam levar, talvez haja algum motivo para normalmente não reler meus textos assim que os escrevo. As palavras lutam para se manter dessa forma, e apenas as deixo fluir. Ainda estou tentando entender se isso é bom ou ruim. Enquanto isso sigo vivendo, e sentindo.

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